The Economist diz que presidente Bolsonaro está “sob cerco”
Artigo publicado nesta sexta-feira (28/5) ressalta que chefe do Executivo do Brasil vem perdendo popularidade e o chama de “clientelista”
atualizado
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A publicação britânica The Economist divulgou, nesta sexta-feira (28/5), um artigo crítico ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Com o título “Presidente do Brasil Jair Bolsonaro está sob cerco”, o texto ressalta que mandatário vem perdendo popularidade e o chama de “clientelista”.
O artigo cita promessas que Bolsonaro fez em 2018, quando ainda era candidato à presidência. “Prometeu avançar sua agenda sem distribuir cargos ou emendas”, pontua a publicação.
No entanto, o texto diz que o presidente desistiu dessa “nova política” e se rendeu ao Centrão para se proteger de pedidos de impeachment.
A revista cita o escândalo do Tratoraço, revelado pelo jornal O Estado de S.Paulo, que comprovou a liberação de mais de R$ 3 bi do governo federal em emendas para parlamentares escolhidos no Congresso Nacional. Parte da verba foi direcionada para pavimentação de asfalto ou compra de equipamentos agrícolas
“O primeiro sinal de que havia desistido dessa ‘nova política’ veio em meados de 2020, quando formou uma aliança com um bloco de partidos autosserviços conhecido como o Centrão para se proteger de petições de impeachment, de que agora são 117. O suporte do Centrão nunca é gratuito”, publicou a The Economist.
CPI da Covid
O veículo também citou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que ocorre no Senado Federal para apurar negligências e omissões do governo federal no enfrentamento à pandemia de Covid-19, como uma das explicações para o enfraquecimento de Bolsonaro.
“As duas crises demonstram como Bolsonaro está cada vez mais fraco e como o Congresso, que é conhecido por ‘oportunismo do vírus’, usou sua vulnerabilidade para se fortalecer”, afirmou a revista.
Impeachment improvável
Apesar de citar o enfraquecimento do presidente, o periódico considera um impeachment como algo “improvável”. A revista afirma que Bolsonaro “reinventou a prática de compra de apoio político” no fim de 2019.
“A maioria dos novos subsídios foi para legisladores que votaram em Lira e na escolha do Centrão para chefiar o Senado, Rodrigo Pacheco”, cita o artigo.