Testemunhas dizem que PMs negaram socorro a adolescente morto no Rio
Kauã Mendonça Ferreira, de 13 anos, foi baleado e morto com tiro de fuzil na perna. PM nega as acusações
atualizado
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Rio de Janeiro- Amigos do adolescente de 13 anos que foi baleado e morto com tiro de fuzil quando voltava da escola, dizem que teve pedido de ajuda negado pelos policiais. O caso aconteceu na última quarta-feira (03/8), em Itaboraí, região metropolitana do Rio. A Polícia Militar nega a acusação.
Kauã Mendonça Ferreira, de 13 anos, foi morto com um tiro de fuzil na perna. Ele saiu da escola, com a mochila nas costas, e foi soltar pipa, quando começou o confronto. O menino ficou agonizando após ser baleado e os agentes se recusaram a ajudar, segundo um amigo.
“A gente falou para eles: ‘Vocês não têm como botar ele na viatura e levar, não?’ Eles não quiseram. Falaram: ‘Nós não podemos, porque, se morrer dentro da viatura, vai ser culpa nossa’. Mas tinha como trazer o garoto para o hospital”, disse o amigo André Badeco ao G1.
A Polícia Militar nega a acusação.
“Segundo os policiais militares envolvidos na ação, equipes do 35ºBPM (Itaboraí) foram verificar denúncia de tráfico de drogas na região. Chegando ao local, os policiais foram recebidos a tiros e houve confronto. Ao cessarem os disparos, os militares localizaram duas pessoas feridas. Um deles foi socorrido ao Hospital Municipal Desembargador Leal Júnior e o outro morreu no local. Na ação uma pistola e um celular foram apreendidos. A área foi isolada e a perícia acionada. Informamos ainda que, segundo o comando do 35ºBPM, os policiais não impediram o socorro”, diz a nota da PM.
Um outro jovem foi baleado ao tentar ajudar Kauã. Lucas da Conceição de Souza, de 25 anos, tio do adolescente, está em estado grave no Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo.
De acordo com a Polícia Civil, nem o menino nem o tio tinham anotações criminais. Kauã estava no nono ano do ensino fundamental e estudava no mesmo colégio desde os 6 anos.
O adolescente morava no bairro Jardim Imperial com a bisavó, de 92 anos, que está indignado e não se conforma com a morte do bisneto.