Terra Livre: indígenas acampam em Brasília e pedem fim de perseguição
Em sua 18ª edição, o Acampamento Terra Livre vai durar dez dias e pretende reunir 8 mil indígenas no centro da capital do país
atualizado
Compartilhar notícia
Cerca de 8 mil indígenas são esperados em Brasília para o Acampamento Terra Livre (ATL) a partir desta segunda-feira (4/4). As manifestações seguem até o dia 14. Na pauta do evento figuram temas como a exploração de terras indígenas e o fim da perseguição a estes povos.
Com o tema Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política, o Terra Livre acontece no momento em que o governo federal e Câmara dos Deputados tentam colocar em votação o Projeto de Lei 191/2020. De autoria do Poder Executivo, o PL flexibiliza a mineração e o garimpo em terras indígenas.
“Desde os primeiros dias desse governo estamos gritando e denunciando as perseguições contra os povos indígenas. São inúmeras ameaças em virtude da não demarcação de nossas terras, além do desmatamento e invasão dos nossos territórios. Quando não são as perseguições contra nossas lideranças que se opõem a esse desgoverno de Jair Bolsonaro é o Congresso que tenta com a tinta da caneta nos massacrar”, destacou Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).
Com mais de 40 atividades, o acampamento faz uma crítica ao governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e defende a retomada do protagonismo político dos povos indígenas, principalmente das mulheres, para as eleições de 2022.
“A Apib está lançando uma bancada indígena para também entrar na disputa eleitoral. Vamos estar com esta bancada; com as mulheres indígenas, porque estamos querendo garantir nossa representatividade política nos espaços da política institucional”, acrescentou Sonia Guajajara.
Os indígenas estão concentrados no gramado próximo à Funarte, atrás da Torre de TV, e de acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) não há previsão de mudança do trânsito perto do local. As forças de segurança pública, entretanto, estão monitorando o evento.
A programação, organizada pela Apib, vai durar dez dias e é a primeira neste formato desde o começo da pandemia da Covid-19.
(*) Thiago Guimarães é estagiário do Programa Mentor e está sob supervisão da editora Maria Eugênia