“Tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar”, diz Lula
Presidente citou a prisão do ex-diretor da PRF, Silvinei Vasques, acusado de coordenar ações para impedir eleitores de Lula de irem às urnas
atualizado
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (10/8), que “tentaram corromper” a Polícia Rodoviária Federal (PRF), durante as eleições de 2022, na tentativa de “não deixar o pobre de votar”.
A fala do mandatário faz referência à prisão do ex-diretor da corporação, Silvinei Vasques, nessa quarta-feira (9/8), acusado de tentar usar a máquina pública para interferir no resultado do pleito a favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar. Eles não contavam que Deus era maior que tudo isso, não contaram que a gente ia ganhar as eleições”, afirmou o mandatário, em discurso durante evento de investimentos em mobilidade urbana no Rio de Janeiro (RJ).
Veja o vídeo:
Durante o pronunciamento, o mandatário fez uma série de críticas à gestão de Bolsonaro. Ao lado do governador Cláudio Castro (PL), que apoiou Bolsonaro na campanha, Lula acusou o antecessor de gastar quase R$ 300 bilhões em benefícios sociais, às vésperas das eleições, “para ver se comprava voto”.
Ele também voltou a culpar Bolsonaro pelas milhares de mortes em decorrência da Covid-19, acusou o ex-presidente de adotar uma postura “negacionista”, por “não acreditar na ciência”, e afirmou que a “fase da mentira acabou”.
Uso político da PRF
A operação que prendeu Silvinei, nessa quarta-feira (9/8) foi batizada pela PF de Operação Constituição Cidadão e faz parte da operação que apura o uso da máquina pública para interferir na eleição de 2022.
Silvinei passou a ser alvo de críticas de diferentes órgãos e setores políticos após operações da PRF durante o segundo turno das eleições. As ações, realizadas em diversas estradas, contaram com maior atuação no Nordeste, região em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) obteve mais votos no primeiro turno.
Em vídeos que circularam no dia do pleito, vários eleitores nordestinos dependentes do transporte público se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação.
Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
As blitze, no entanto, foram proibidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte vetou tais práticas no dia das eleições, justamente para não comprometer o processo. Mesmo assim, policiais rodoviários teriam executado as ações ilegais sob orientação de ofício expedido pelo diretor-geral da corporação.
À época, o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, chegou a cobrar explicações da polícia rodoviária no dia do pleito que definiu o próximo presidente. Moraes determinou que o diretor-geral da PRF fosse oficiado a “informar imediatamente sobre as razões pelas quais [estavam sendo] realizadas operações policiais”.