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“Tem que se explicar”, diz Lira sobre Ribeiro favorecer pastores

O Presidente da Câmara dos Deputados, todavia, disse que não ouviu direito o áudio para se posicionar sobre o assunto

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Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
1 de 1 Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), evitou, nesta terça-feira (22/3), criticar abertamente o ministro da Educação, Milton Ribeiro, mas disse que o áudio “extrapola a atividade do ministro” e cobrou explicações sobre o suposto favorecimento a pastores a “pedido especial” do presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado, todavia, disse que não ouviu direito a mensagem.

“Ele tem que se explicar em relação a isso. Não pode haver dúvidas com relação à seriedade, tanto do trabalho do ministro, principalmente da Educação, quanto do ministério”, declarou Lira a jornalistas.

“Vamos esperar. Cada um tem o direito de de se posicionar, mas se tiver alguma coisa que realmente fuja do padrão, do trabalho do ministro e dos seus funcionários, deve ter repercussão com relação a esse fato”, acrescentou.

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Presidente Jair Bolsonaro e ministro Milton Ribeiro
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Diversos parlamentares apresentaram requerimentos de convocação ao ministro e a bancada evangélica tem pressionado o ministro. Assim como Lira, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), também cobrou explicações, sem se posicionar.

“Esse assunto eu penso que extrapola, se for o áudio como é, extrapola um pouco a atividade do ministro da pasta, mas vamos esperar para ver o que que acontece”, disse Lira.

Pedido especial

Em gravação, Ribeiro afirma que o governo federal prioriza prefeituras cujos pedidos de liberação de verba foram negociados por dois pastores, a “pedido especial” de Bolsonaro. Os pastores beneficiados não têm cargo e atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do Ministério da Educação (MEC).

“Foi um pedido especial que o presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar”, afirma o ministro na conversa em que participaram prefeitos e os dois religiosos. Os recursos são geridos pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão do MEC controlado por políticos do centrão.

Parlamentares acionaram o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) contra Bolsonaro, Ribeiro e os pastores beneficiados por suspeita de prática dos crimes de responsabilidade e de improbidade administrativa. A bancada evangélica tem pressionado o ministro após o áudio.

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