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“Tem gente que deve colocar fogo por sadismo”, diz presidente do Ibama

Polícia Federal (PF) investiga possível ação criminosa em incêndios em São Paulo após pedido do governo federal

atualizado

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Valter Campanato/Agência Brasil
Foto colorida do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, participa do programa A Voz do Brasil - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida do presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, participa do programa A Voz do Brasil - Metrópoles - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, afirmou ao Metrópoles que grande parte dos focos de incêndio no país são provocados por ação humana. O Brasil registrou 107.133 focos de calor até esse domingo (25/8), o número representa um aumento de 75% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

“Tem gente que deve colocar fogo por sadismo. Tem gente que de fato coloca para poder ampliar a área desmatada. Você tem diferentes situações. Todo o fogo no Brasil, até agora, tem sido fogo de natureza humana, nós não tivemos fogo provocado por raios até aqui”, enfatizou Rodrigo Agostinho.

A região amazônica concentra o maior percentual de focos de calor, são 50.116 focos de incêndio de 1º de janeiro até 25 de agosto, uma alta de 77% em relação ao mesmo período de 2023. A Mata Atlântica registrou o maior aumento dos focos, com 86% de alta em comparação com o mesmo período do ano passado.

Os incêndios florestais espalhados pelo Brasil têm provocado uma queda na qualidade do ar em diferentes regiões. Brasília, por exemplo, amanheceu no último domingo com o céu encoberto por fumaça, o mesmo foi registrado em Goiânia (GO) e em Belo Horizonte (MG).

“Quando você junta calor, baixa umidade, calor, baixa umidade e pessoas colocando fogo, a situação fica realmente insustentável. Então, esse é o problema que a gente enfrenta hoje. É uma mistura de condições meteorológicas extremas, seca extrema, calor extremo, baixa umidade, ondas de calor muito intensas e com uma outra situação que é a ideia da cultura do fogo, a cultura das pessoas saírem colocando fogo em tudo”, explica o presidente do Ibama.

Ainda no domingo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve na sede do Prevfogo, do Ibama, em Brasília acompanhado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir o aumento dos incêndios nos últimos dias no país.

“A gente conseguiu ampliar a nossa estrutura com créditos extraordinários que a gente recebeu para o Pantanal. Existe uma possibilidade de liberação de outros recursos ainda esse ano. Não está faltando recurso. Mas de fato, a gente tem uma crise climática super pesada, a maior seca da Amazônia e a maior seca do Pantanal da história. E isso agrava muito a situação”, ressaltou Rodrigo Agostinho

A Polícia Federal (PF) abriu dois inquéritos para investigar uma possível ação criminosa nos incêndios florestais em São Paulo. O estado paulista registrou 5.280 focos de calor em 2024, em todo o ano passado foram detectados 1.666 focos em São Paulo.

Rodrigo Agostinho salientou que o fogo no Brasil poderia ter sido ainda maior caso o governo federal não tivesse reduzido o índice de desmatamento entre 2023 e 2024. “A gente conseguiu reduzir bem o desmatamento e provavelmente a situação estaria muito pior se não tivesse feito aquela redução.”

O presidente do Ibama ainda salientou que o governo federal deverá ampliar a fiscalização ao longo das principais rodovias da Amazônia, como é o caso da BR-163 e da Transamazônica. “A gente vai estar reforçando bem a fiscalização para coibir as ações de desmatamento, de degradação florestal, que, também no caso específico da Amazônia, está muito ligada ao fogo.”

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