Telegram não cresce pela 1ª vez em 3 anos no Brasil
Pesquisa aponta que a queda do crescimento do Telegram no país coincide com o fim do governo Bolsonaro e das eleições
atualizado
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Após três anos seguidos aumentando sua base de usuários no Brasil, o aplicativo de mensagens Telegram parou de crescer pela primeira vez no país. O fim das eleições e do governo Bolsonaro são algumas das causas responsáveis queda de crescimento apontadas pela pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box sobre mensageria móvel no Brasil, divulgada na última sexta-feira (25/2).
O levantamento, que é realizado desde 2019, não registrou crescimento na base de usuários do Telegram no Brasil pela primeira vez. Na sua edição inicial, em janeiro de 2019, a pesquisa apontou que o aplicativo estava instalado em 13% dos smartphones nacionais e atingiu seu pico de 65% em agosto de 2022.
Segundo os pesquisadores, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era um dos grandes responsáveis por impulsionar o número de usuários do aplicativo de mensagens no Brasil.
“Vale lembrar que nos últimos dois anos alguns expoentes do bolsonarismo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, incentivaram a migração de seus seguidores para o Telegram, aonde criaram canais de conteúdo. O canal de Bolsonaro, por exemplo, tem 2,8 milhões de inscritos e segue publicando diariamente informações sobre a atuação do antigo governo”, apontam os pesquisadores.
Queda de engajamento
De acordo com a pesquisa, o aplicativo também teve redução no engajamento de sua base de usuários. Seis meses antes do levantamento da última sexta, 50% dos seus usuários declaravam abrir o Telegram todo dia ou quase todo dia. Agora o número baixou para 43%, com uma queda de 7 pontos percentuais.
O percentual de usuários do Telegram no Brasil que participam de canais no aplicativo de mensagens diminuiu de 66% para 61%. O percentual de usuários que trocam mensagens de áudio caiu de 42% para 37%.
A pesquisa entrevistou 2.086 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone, entre os dias 11 e 23 de janeiro. A margem de erro é de 2,1 pontos percentuais.