Técnicos se reúnem para discutir problemas no certificado de vacinação digital do ConecteSUS
Usuários que tomaram “mix de vacinas” têm relatado dificuldades para emitir documento por causa da intercambialidade de vacinas
atualizado
Compartilhar notícia
Membros do Ministério da Saúde se reúnem, nesta segunda-feira (4/10), para discutir os problemas relatados por usuários do aplicativo Conecte SUS. O programa mostra os registros de vacinação da população brasileira contra a Covid-19.
Nas últimas semanas, pacientes que receberam doses de diferentes laboratórios da vacina relataram que não estão conseguindo emitir o Certificado de Vacinação Digital por meio do aplicativo.
O problema tem afetado, por exemplo, gestantes que receberam a primeira dose da AstraZeneca e a segunda da Pfizer, após recomendação do Ministério da Saúde em julho deste ano. Pessoas que enfrentaram desabastecimento de vacinas e receberam a segunda dose de outro laboratório também foram afetadas.
A questão tem sido um empecilho para quem deseja viajar para países que exigem certificado de vacinação. Além disso, pessoas que moram em cidades que exigem o passaporte da vacina para a entrada em eventos e estabelecimentos também estão sendo afetadas.
Na tarde desta segunda-feira, Rodrigo Cruz, secretário-executivo do Ministério da Saúde, informou que representantes da pasta discutirão o problema nesta segunda. Técnicos avaliarão se o erro está relacionado ao sistema de tecnologia do aplicativo.
“Vamos entender o problema, para saber se é uma questão meramente de tecnologia. Vamos discutir isso hoje é possível que à noite a gente já tenha um encaminhamento com essa questão”, explicou.
Aprimoramento
De acordo com o secretário-executivo, também serão discutidos aprimoramentos do aplicativo. Uma das mudanças deve ser a implementação do certificado de vacinação na “carteira” do programa. Ou seja, usuários poderão acessar o documento mesmo que não estejam conectados a uma rede de internet.
“Alguns aprimoramentos serão implementados. Um deles é possibilitar a importação do certificado digital de vacinação para a ‘wallet’, ou seja, a carteira do aplicativo, para que todos possam acessar inclusive off-line, sem precisar de rede. Ao gerar o certificado, ele exporta para a carteira e a partir daí conseguiria acessar tudo de forma off-line. Tudo isso será discutido hoje”, explicou.
Passaporte da vacina
Criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem parido) na Organização das Nações Unidas (ONU), a exigência de que seja comprovada a vacinação contra Covid-19, popularmente chamada de “passaporte da vacina”, é realidade em ao menos 211 cidades brasileiras. O dado é da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Na prática, o documento é necessário para quem quer ter acesso a eventos, shoppings, restaurantes, shows, academia e outros espaços de uso comum. O certificado, normalmente digital, é obtido por aplicativo ou emitido pelo site das prefeituras.
Capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, já cobram o documento. Alguns destinos turísticos, como é o caso de Fernando de Noronha (PE), também exigem o comprovante.