Técnica que aplicou vacina de vento em posto de Copacabana é afastada
Para Eduardo Paes, prefeito do Rio, o episódio é “caso de cadeia, cana”. Estado tem ainda mais três casos em investigação
atualizado
Compartilhar notícia
Rio de Janeiro – A técnica de enfermagem acusada de aplicar “vacina de vento” em uma idosa em posto de Saúde em Copacabana, zona sul do Rio, foi afastada pela secretaria municipal de Saúde. A irregularidade teria acontecido no último dia 27 e foi revelada pela filha da paciente, que filmou a aplicação.
Ao rever a gravação, percebeu que a seringa estava vazia ou com uma quantidade mínima de líquido.
Para o prefeito Eduardo Paes, a situação é “caso de cadeia”. “Isso tem que ser apurado. Se aconteceu é cana. É inconcebível”, disse, durante plenária na Câmara de Vereadores do Rio.
Por conta da denúncia, a Polícia Civil do Rio abriu inquérito para apurar o caso. Na tarde desta quarta-feira (24/2), a técnica de enfermagem prestou depoimento à polícia. A profissional poderá responder por crime de peculato.
Diante da dúvida levantada, a paciente teve a vacina reaplicada, para garantir a imunização.
Gravação é recomendada
Em nota, a secretaria de Saúde informa que “fotos e vídeos do momento da aplicação estão liberados e são recomendados”. Em caso de quaisquer dúvidas, as famílias devem solicitar esclarecimento aos profissionais imediatamente.
Ainda segundo a pasta, “todos os casos em que forem levantadas dúvidas sobre a aplicação da vacina serão devidamente apurados pela secretaria. Caso constatada qualquer inadequação, as medidas cabíveis serão tomadas”.
A suposta aplicação de “vacinas de vento” — quando, apesar da perfuração da agulha, o paciente não recebe o líquido imunizante — é investigada em pelo menos mais três casos.
Um, também na capital fluminense, que, portanto, registra dois casos; outro em Petrópolis; e um terceiro em Niterói, Região Metropolitana do Rio.
Neste último, a polícia indiciou por peculato e infração de medida sanitária uma técnica de enfermagem que não apertou o êmbolo da seringa ao atender um idoso de 90 anos, em um posto drive-thru da Universidade Federal Fluminense (UFF).