Tebet diz que juros altos podem “matar o Brasil por inanição”
Na próxima semana, Copom se reúne para definir a taxa básica de juros (Selic). Tebet afirmou que o atual patamar está “sufocando” o país
atualizado
Compartilhar notícia
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta terça-feira (25/7) que os juros altos podem “matar o Brasil por inanição”. A taxa básica de juros, a Selic, está em 13,75% e é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. A próxima reunião do Copom será nos dias 1º e 2 de agosto.
“Os juros a 13,75% e os juros reais a 10% são o maior do mundo, então há alguma coisa de muito errada no Brasil”, disparou Tebet.
“Isso inviabiliza o crescimento do Brasil, não é a máquina pública que para, o Brasil para, a indústria para, o comércio não consegue vender, ele não consegue contratar. Então, a alta taxa de juros está sufocando e pode matar o Brasil por inanição. Diante desse quadro, não consigo ver outra alternativa do Copom do que não abaixar os juros”, prosseguiu a ministra.
Tebet faz coro ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que afirmou na semana passada esperar que haja “uma reação compatível” do Banco Central (BC) em relação às medidas recém-adotadas pelo governo e aos resultados dos indicadores macroeconômicos em 2023. Haddad disse ainda ver “margem de gordura” no juro real, que desconta a inflação esperada para os próximos 12 meses.
De acordo com Tebet, o governo conseguiu avançar no novo marco fiscal e na reforma tributária. Ela frisou ainda que a meta da equipe econômica é zerar o déficit nas contas do governo em 2024.
“Diante de tudo isso, a única coisa congelada é o que está matando o paciente, os brasileiros, o Brasil e as contas públicas e o crescimento da economia são os juros. Tudo muda, menos a taxa de juros, não tem sentido”, declarou.
Próxima reunião do Copom
O mercado espera um corte na Selic na próxima reunião do Copom. A dúvida é se o corte será de 0,25 ponto percentual ou de 0,50 p.p. Para Tebet, há espaço para um corte de 0,5 p.p., podendo a taxa ir a 13,25% ao ano. “Estou otimista com a possibilidade de um corte de juros reais a partir da primeira semana de agosto”, disse ela.
O encontro será o primeiro com as presenças de Gabriel Galípolo e Ailton de Aquino, indicados por Lula para o Banco Central.
Ex-secretário-executivo de Haddad, Galípolo é a esperança do governo para marcar posição ante o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
“Todo mundo quer baixar os juros”, diz Galípolo, indicado para o BC