TCU vê “indício de fraude” em fornecedor de cloroquina ao Exército
Fraudes teriam ocorrido em 26 licitações entre os anos 2018 e 2021. Sulminas também não se encaixa em categoria “baixo porte”
atualizado
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Um relatório da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) enxerga “indício robusto de fraude” em licitações pela Sulminas Suplementos e Nutrição. A empresa foi contratada pelo Exército Brasileiro para compra de sal difosfato, utilizado na produção da cloroquina, amplamente produzida pela instituição durante parte da pandemia, com incentivo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
O documento obtido pela Folha de S.Paulo aponta que as fraudes teriam ocorrido em 26 licitações entre 2018 e 2021, sendo 24 delas no governo Bolsonaro. Em um dos pregões, a Sulminas passou a participar do fornecimento de insumos para a produção de comprimidos de cloroquina do Laboratório Químico Farmacêutico do Exército.
O TCU começou a investigação pela suspeita de superfaturamento na produção do fármaco pelas Forças Armadas. Apesar de ter participado dos pregões voltados para pequenas empresas, o tribunal aponta que a Sulminas não se enquadra na categoria.
Dentro das 26 licitações nas quais participou, em 15 a Sulminas saiu vencedora. A companhia forneceu material para órgãos públicos como a Marinha, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Aeronáutica.
“O grupo está à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento que se faça necessário”, afirmou a empresa, que ressaltou ter cumprido “requisitos de qualidade técnica e analítica necessários”.