TCU pede explicações à Casa Civil sobre viagem de Bolsonaro aos EUA
O TCU atendeu a pedido do ex-deputado Elias Vaz (PSB-GO), que alegou “desvio de finalidade de recursos públicos” na viagem
atualizado
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O Tribunal de Contas da União (TCU) pediu informações à Casa Civil da Presidência da República sobre viagem feita pelo então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), em 30 de dezembro, aos Estados Unidos. A Corte de Contas atendeu solicitação do ex-deputado federal Elias Vaz (PSB-GO), que ingressou, em 31 de dezembro de 2022, com uma representação na qual acusa Bolsonaro de “desvio de finalidade no uso de recursos públicos”.
A acusação do ex-parlamentar refere-se ao uso de dinheiro público para financiar a viagem do ex-mandatário a Orlando. O TCU deu 15 dias para que a Casa Civil encaminhe respostas.
As explicações precisarão conter: o motivo da viagem realizada por Bolsonaro ainda como presidente e o alto valor gasto, incluindo a viagem feita em avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
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No relatório de auditoria há pedidos ainda sobre gastos de R$ 22.751.636,53 no cartão corporativo, além de R$ 1,2 milhão em alimentação dentro do avião presidencial. Somadas aos gastos estão as despesas do presidente com diárias para os militares das equipes de segurança, que totalizam quase R$ 7 milhões.
Há ainda pedido de lista com nomes dos funcionários que acompanharam o ex-presidente e os relatórios de hospedagem, com despesas pagas pelo governo federal.
Representação
Ao pedir a análise, em dezembro de 2022, Elias Vaz afirmou: “Alguns dizem que foi uma fuga, outros, que foi passeio. Para nós não importa a motivação particular, importa o uso irregular do dinheiro dos contribuintes sem apresentação de qualquer justificativa de interesse público para essa viagem que é sabidamente caríssima, envolvendo estrutura dispendiosa”.
Bolsonaro embarcou rumo a Orlando, na Flórida, em 30 de dezembro. O ex-presidente da República passou três meses em solo norte-americano.
Na representação, Vaz destacou que não houve justificativa do Executivo para o gasto e não haveria, segundo ele, a necessidade de usar o avião da FAB, em razão do alto custo da operação.