TCU fará auditoria no Inep para verificar capacidade de aplicar Enem
Senadores aprovaram nesta a realização da auditoria no Instituto após sucessivas crises que culminaram na troca de gestores e 37 demissões
atualizado
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O Tribunal de Contas da União (TCU) fará auditoria no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para verificar a capacidade de aplicar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade).
A auditoria foi aprovada no Senado Federal nesta quarta-feira (17/11), após requerimento elaborado pela senadora Leila Barros (Cidadania-DF). A parlamentar pediu para averiguar as condições do instituto após as sucessivas crises que culminaram na troca de gestores e um pedido de demissão coletiva de 37 servidores.
Agora a Mesa Diretora da Casa encaminha o requerimento para o TCU, que fará a análise. A aplicação das provas digital e impressa do Enem será nos dias 21 e 28 deste mês de novembro.
“O Inep está no quinto presidente em menos de três anos de governo. Além disso, houve uma redução no orçamento do instituto e tivemos as manifestações de servidores denunciando assédio e interferência política na elaboração das provas. São fatos graves e que devem ser apurados”, defendeu a senadora.
A reação dos senadores à crise do Inep deve ter novos desdobramentos também nesta quinta-feira (18/11). A Comissão de Educação, Cultura e Esporte pretende instalar uma subcomissão para acompanhar a situação do órgão de perto.
Na Câmara
A Câmara dos Deputados, por meio de parlamentares da oposição, também recorreu ao TCU. Parlamentares reuniram com a presidente do Tribunal, ministra Ana Arraes, e protocolaram pedido de auditoria permanente de acompanhamento e gestão do Inep.
Os congressistas também solicitaram o afastamento cautelar do presidente do órgão, Danilo Dupas, e vão acionar o Ministério Público do Trabalho (MPT) por causa das denúncias de assédio moral.
Na última semana, mais de 30 coordenadores do Inep pediram demissão do órgão que organiza o exame alegando assédio moral. No final de semana, a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que as provas terão “a cara do governo” ampliaram as suspeitas de interferência na prova.