Taxad: base do PT vê como “desinformação orquestrada” memes de Haddad
Ministro da Fazenda tem sido alvo de uma enxurrada memes relacionados ao aumento de impostos nos últimos dias
atualizado
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A base do PT na Câmara dos Deputados tem visto como um processo de desinformação e ataque contra o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, os memes divulgados nas redes sociais nos últimos dias. As publicações são críticas cômicas à atuação do chefe da equipe econômica de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a respeito do aumento de imposto nas últimas semanas.
Haddad tem sido chamado de “Taxad”, “taxa humana”, “Taxaman”, entre outras variações. A onda de publicações teve inicio com o fim da isenção de compras internacionais de até US$ 50, também conhecida como “taxa das blusinhas”.
O ministro da Fazenda defendeu, em diferentes momentos, a taxação das compras internacionais. Para ele, o fim da isenção de tributos traria condições “iguais de competição”, em especial com a indústria brasileira que paga tributos.
O apelido ganhou ainda mais força depois da votação da regulamentação da reforma tributária na Câmara dos Deputados, que prevê aumento de impostos sobre produtos e serviços, apesar de reduzir a alíquota de alimentos da cesta básica.
A deputada Dandara (PT-MG) chamou de “desinformação orquestrada” a série de memes a respeito do ministro Haddad. Para ela, é um trabalho realizado pela oposição ao governo Lula, e defendeu que o chefe da equipe econômica trabalha em bons projetos para garantir uma equidade fiscal no Brasil.
“Essa ‘onda de memes’ é uma operação de desinformação orquestrada pela oposição para criar uma narrativa falsa e desvirtuar o fato de que a reforma tributária irá reduzir a carga tributária do país dos atuais 34% para cerca de 26,5%”, destacou Dandara.
“O princípio que possibilitou a aprovação da Emenda Constitucional e do projeto de regulamentação da reforma tributária é o da neutralidade em relação às receitas de estados e municípios, ou seja, não terão perdas. Vamos ter cashback para as famílias de baixa renda, cesta básica, com carne inclusa, com 0% de imposto, tributação na comercialização de bens de luxo, como aviões, helicóptero, iates, jet-ski com alíquota de 20%. Ou seja, com justiça tributária, o Brasil cresce e todos ganham”, completou a deputada petista.
Para o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP), os memes são um ataque ao ministro da Fazenda e que pessoas da esquerda que compartilham não entendem o que está por trás da tal “brincadeira”.
“A gente, de certa forma, já esperava um ataque daqueles que não querem que ele faça as mudanças. Na verdade, ele vem fazendo. Não é pouca coisa, depois de muitos anos congelada a tabela do Imposto de Renda, você isentar uma faixa muito grande de contribuintes. Não é pouca coisa o cara aprovar uma reforma tributária que vai diminuir a carga tributária geral do país, mas principalmente diminuir a carga tributária para os pobres”, destacou Tatto.
“Faz parte da narrativa, o tipo de discurso, e a direita liberal faz. Uma forma de atacar o PT dizendo que quer cobrar impostos”, enfatiza o deputado federal. “As pessoas entram em umas, às vezes, sem saber qual é a lógica de quem produziu”, completou.
“Material de desinformação”
A presidente nacional do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), também saiu em defesa do ministro da Fazenda. Para ela, as publicações relacionadas a Fernando Haddad são “material de desinformação”.
“Os ataques mentirosos contra o ministro Haddad são mais uma prova de que a economia do país vai melhorando e isso deixa a oposição apavorada”, pontuou Gleisi Hoffmann.
O Metrópoles apurou que os memes “não tiram o sono” do ministro e são recebidas com alguma dose de bom humor. Apesar da repercussão negativa dentro do governo, as publicações continuam.