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Taxa de analfabetismo em terras indígenas é o triplo da média nacional

A taxa de analfabetismo de pessoas residentes em terras indígenas (20,80%) é quase 3 vezes superior à média nacional (7%), segundo o Censo

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Imagem colorida de mulher indígena sendo alfabetizada - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de mulher indígena sendo alfabetizada - Metrópoles - Foto: Lena Trindade/Brazil Photos/LightRocket via Getty Images

A taxa de analfabetismo de indígenas residentes em terras indígenas (TIs) é quase três vezes superior à média observada no Brasil. O contingente também é maior do que o percentual da própria população indígena nacional.

É o que mostram os dados do Censo Demográfico 2022 – Indígenas: Alfabetização, registros de nascimentos e características dos domicílios, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (4/10).

No Brasil, há 1.187.246 pessoas indígenas com 15 anos ou mais. Dessas, 1.008.539 (84,95%) sabem ler e escrever (alfabetizadas) e 178.707 (15,05%) não sabem ler e escrever (analfabetas).

Dentro das TIs há 370.334 pessoas indígenas de 15 anos ou mais, das quais 77.037 (20,8%) não sabem ler e escrever um bilhete simples, enquanto outras 293.297 (79,2%) são alfabetizadas.

Fora das TIs há 816.912 pessoas indígenas de 15 anos ou mais, sendo que 715.242 sabem ler e escrever um bilhete simples e outras 101.670 são analfabetas.

A taxa de analfabetismo no Brasil, segundo o IBGE, é de:

  • 20,80% para os indígenas residentes em terras indígenas;
  • 12,45% para os indígenas que vivem fora de terras indígenas;
  • 7% para o total de residentes no país; e
  • 15,05% para a população indígena como um todo.

No Censo 2022, a taxa de alfabetização é de:

  • 79,20% para os indígenas residentes em terras indígenas;
  • 87,55% para os indígenas que vivem fora de terras indígenas;
  • 93% para o total de residentes no país; e
  • 84,95% para a população indígena como um todo.

Alfabetização de indígenas de 2010 a 2022

Entre os últimos dois Censos (2010 e 2022) ocorreu uma redução significativa de 11,4 pontos percentuais na quantidade de indígenas com 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever.

A taxa foi de 32,20% (Censo 2010) para 20,80% (Censo 2022).

No mesmo período, o número de pessoas indígenas residentes em TIs que sabem ler e escrever subiu 11,5 pontos percentuais, segundo os novos dados do IBGE.

De 2010 para 2022, a taxa de alfabetização passou de 67,7% (194.162, de 286.789 indígenas residentes em terras indígenas) para 79,2% (293.297 indígenas residentes em terras indígenas).

Analfabetismo por Região, UF, municípios e TIs

A Região Sul tem a maior taxa de alfabetização de pessoas indígenas com 15 anos ou mais, com 87,63%. Na sequência estão Centro-Oeste (84,18%) e Sudeste (83,88%). Enquanto Norte e Nordeste ficaram abaixo dos 80%, com, respectivamente, 76,99% e 76,26%.

O analfabetismo é maior no Nordeste (23,74%) e no Norte (23,01%). O contingente segue acima da taxa nacional nas demais regiões: Sudeste (16,12%), Centro-Oeste (15,82%) e Sul (12,37%).

Entre as pessoas indígenas com 15 anos ou mais que residem em terras indígenas da Amazônia Legal (composta por: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), 171.403 (76,74%) sabem ler e escrever um bilhete simples.

Entre as 27 unidades da federação (UF), 13 apresentam taxas de analfabetismo acima da taxa para a população indígena do país (15,05%), são elas:

  • Maranhão (27,44%);
  • Acre (23,99%);
  • Piauí (22,38%);
  • Rio Grande do Norte (21,5%);
  • Alagoas (21,46%);
  • Roraima (20,71%);
  • Paraíba (18,88%);
  • Pernambuco (17,67%);
  • Ceará (17,04%);
  • Mato Grosso (16,04%);
  • Bahia (16%);
  • Tocantins (15,57%); e
  • Pará (15,26%).

Por outro lado, Rio de Janeiro (4,95%), Distrito Federal (5,5%) e São Paulo (5,57%) registram o menor número de pessoas que não sabem ler e escrever um bilhete.

Além disso, entre todas as UFs, apenas Sergipe (11,81%) tem contingente menor do que a taxa para a população residente por unidade da federação (13,81%).

Segundo o Censo 2022, a população indígena com 15 anos ou mais (residente ou não em terras indígenas) de 1.465 municípios é alfabetizada. Por outro lado, 79 cidades com população indígena na mesma faixa etária tem taxa de analfabetismo de 100%.

Além disso, mais da metade dos municípios tem taxa de alfabetização de indígenas inferior às taxas da população residente no país.

Em oito terras indígenas, todas as pessoas com 15 anos ou mais sabem ler e escrever um bilhete simples. As TIs são: Jarudore, Padre, Jaraguá, Peruíbe, Xapecó (Pinhalzinho-Canhadão), Estação Parecis, Ofayé-Xavante e Muã Mimatxi (Fazenda Modelo Diniz).

Sexo e idade

No recorte por sexo, nota-se que os homens indígenas (85,68%) apresentam uma taxa de alfabetização ligeiramente maior em relação às mulheres indígenas (84,26%). O contingente de pessoas não alfabetizadas é de 14,32% entre eles e 15,74% entre elas.

Conforme o IBGE, a taxa de analfabetismo ser maior para as indígenas indica uma tendência diferente da população total, onde as mulheres apresentam maior domínio da leitura e escrita.

Dentro das TIs, a diferença de indígenas que sabem ler e escrever cresce, sendo 81,88% para os homens e 76,37% para as mulheres. Confira a taxa de analfabetismo:

  • Homens: 18,12%
  • Mulheres: 23,63%.

Ao observar o analfabetismo dos indígenas por faixa etária, o Censo 2022 identificou que ela segue a mesma tendência para a população nacional: a taxa cresce conforme a idade aumenta.

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