Tandera pediu a pré-candidatos para por fuzil na mesa: “Se incomodam?”
Ministério Público do Rio de Janeiro obteve imagens nas quais pré-candidatos a prefeituras do Rio aparecem junto com miliciano
atualizado
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Imagens obtidas pelo Grupo de Atuação Especializada e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) mostram o miliciano Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, em reunião com pré-candidatos a prefeituras fluminenses, em 2020.
Em um dos trechos, é possível ver o miliciano colocando um fuzil sobre a mesa. De acordo com o portal G1, ele teria pedido permissão aos candidatos para colocar o armamento no local: “Se incomodam?”, questionou.
O vídeo foi obtido nas investigações da Opreação Epilogue do MPRJ. Na quarta-feira (3/5), autoridades prenderam seis pessoas e cumpriram 25 mandatos de busca e apreensão contra integrantes da “milícia do Tandera”.
O grupo atua principalmente nos municípios do Rio de Janeiro, Nova Iguaçu, Queimados e Seropédica.
De acordo com as investigações, a organização criminosa é responsável por extorsões, homicídios, torturas, ameaças, grilagem de terras, agiotagem, exploração ilegal de areais, lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
Nos vídeos, o MPRJ identificou quatro pré-candidatos a prefeituras nas eleições municipais de 2020: Luciano Henrique Pereira (PL), conhecido como Luciano da Rede Construir, que pleiteava a Prefeitura de Seropédica; Cornélio Ribeiro (PTRB), que iria concorrer para chefiar o Executivo de Nova Iguaçu; Thay Magalhães, conhecida como Doutora Thay, que também concorreria à prefeitura de Mesquita; e um quarto político, que não foi denunciado pelo Ministério Público.
Em troca do apoio da milícia em suas campanhas eleitorais, os pré-candidatos teriam prometido cargos em secretarias, nomeações para cargos públicos e licitações fraudulentas. Todos os envolvidos foram denunciados pela prática do crime de organização criminosa.
Foragido
Tandera está foragido. O miliciano usa uma série de disfarces para despistar a polícia e evitar a sua prisão. Os disfarces são variados, seja com barba pintada, natural, de boina e óculos ou com perucas.
A estratégia foi revelada por agentes do MP, que encontraram fotos do chefe da milícia em celulares após a quebra de sigilos telefônicos durante uma investigação contra a quadrilha comandada por ele.