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“Tá difícil comer. Até o quilo do osso tá caro”, diz catadora em SP

Deyse dos Santos vive na favela Olaria, zona sul de SP. Sem emprego, ela recorreu à coleta de materiais recicláveis para comprar alimentos

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1 de 1 150421 FV_Fome_Brasil_Personagens_SP 015 - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

São Paulo – A cozinheira Deyse Silva Prates dos Santos, 45 anos, acorda às 4h30, todos os dias, para recolher latinhas. Às vezes, sai sozinha; em outras ocasiões, conta com a companhia do marido, o jardineiro Claudio Roberto, de 47 anos. Ambos estão desempregados e recorreram à coleta de material reciclável para comprar comida.

A expectativa é que a venda do alumínio ajude a garantir a refeição do casal e das duas filhas, de 25 e 26 anos, que moram com eles na favela Olaria, na zona sul de São Paulo. As filhas, Camilla Kelly e Kelly Cristina, tentam ajudar os pais com bicos de manicure e fazendo tranças.

Apesar do esforço deles, a única garantia de um valor fixo no fim do mês é o auxílio emergencial recém-retomado, na quantia de R$ 150, que estão recebendo do governo federal. Além disso, também contam com a ajuda do Instituto Superação, uma ONG que tem dado a eles uma cesta básica por mês.

“Estou conversando com você e, neste momento, a minha geladeira está vazia. Falta tudo. Eu não tenho nem produto para higienizar a minha casa”, desabafa Deyse.

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Deyse e o marido só contam com o auxílio emergencial de R$ 150 e uma cesta básica mensal, para sobreviver
Para manter o próprio sustento, Deyse vendia garrafas de água nos semáforos, mas a Guarda Municipal confiscou tudo
Deyse sai de madrugada para tentar arrumar o suficiente para o café da manhã
No fim do dia, volta às ruas para tentar obter material suficiente para conseguir algo para comer no jantar
Deyse, o marido e as duas filhas tentam sobreviver com R$ 150 mensais e uma cesta básica
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Desempregada, a única opção que Deyse encontrou para tentar comprar comida foi a venda de material reciclável

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Deyse e o marido só contam com o auxílio emergencial de R$ 150 e uma cesta básica mensal, para sobreviver

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Para manter o próprio sustento, Deyse vendia garrafas de água nos semáforos, mas a Guarda Municipal confiscou tudo

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Deyse sai de madrugada para tentar arrumar o suficiente para o café da manhã

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No fim do dia, volta às ruas para tentar obter material suficiente para conseguir algo para comer no jantar

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Deyse, o marido e as duas filhas tentam sobreviver com R$ 150 mensais e uma cesta básica

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"Arroz e feijão agora é luxo", lamenta Deyse

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"Esses dias, eu fui comprar 1 kg de osso, para retirar a carne possível, e cobraram R$ 47”

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Deyse: "Neste momento, a minha geladeira está vazia"

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A Guarda Municipal tomou carrinho que ela usava para vender garrafas de água nos semáforos de São Paulo

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A família mora na favela Olaria, na zona sul de São Paulo

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Antes de ir atrás de recicláveis, a cozinheira conseguiu ajuda para comprar água e vender no semáforo. Mas foi abordada pela Guarda Municipal de SP, que levou seu único meio de sustento, na ocasião. “Eles levaram meu carrinho e as garrafas de água. Deixaram-me sem nada. E eu fiquei sem poder trabalhar”, conta Deyse.

A luta para conseguir colocar o alimento na mesa é diária. “Não tem como relaxar”, diz Deyse. As latinhas da madrugada podem garantir o café da manhã. No fim do dia, ela sai para a rua novamente, a fim de tentar recolher um material que renda dinheiro suficiente para comprar a janta.

“Tá tudo muito difícil. Tá tudo muito caro. Arroz e feijão agora é luxo. Raramente comemos carne ou frango. Esses dias, eu fui comprar um quilo de osso, para retirar a carne possível, e cobraram R$ 47”, conta Deyse. “Nos dias bons de coleta, a gente ainda consegue comprar uma cartela de ovo ou pouco de salsicha”, explica. “Acima de tudo, o que resta pra gente é contar com a solidariedade das pessoas.”

Deyse e outros moradores da favela têm contado com as doações de cestas básicas feitas pelo Instituto Superação. Desde o início da pandemia, em cooperação com outras ONGs que lutam contra a fome em SP, o projeto já atendeu a mais de cinco mil famílias em favelas de SP. No ano passado, foram distribuídas mais de 70 toneladas de alimentos.

“Alimentar quem tem fome só tem sido possível por causa de doações”, ressalta Lucas Urbano, presidente do Instituto Superação. “Por esse motivo, a campanha #pandemiafomezero estará ativa até o fim da pandemia. Nosso papel é sanar a fome do povo e oferecer um pouco mais de dignidade”, afirma.

Conheça o Instituto Superação, e coopere com a campanha #pandemiafomezero.

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