“Tá barato!”: quem é a “Prima de Dom Pedro I” que bomba no TikTok
Aos 84 anos, Maria Berklian está bombando no TikTok por fazer compras em lojas de luxo; ela é conhecida por usar o bordão: “Tá barato!”
atualizado
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Maria Berklian, de 84 anos, está bombando nas redes sociais por gravar vídeos de humor na plataforma digital do TikTok e fazer compras em lojas de luxo da capital paulista. Atualmente, o perfil da idosa, apresentada nos vídeos como “Rainha do Brasil” e “Prima de Dom Pedro I” (apesar de não ter parentesco com a família real brasileira), soma mais de 11 milhões de curtidas e 1 milhão de seguidores.
Mesmo diante dos bens mais valiosos nas lojas de luxo, ela solta o bordão: “Tá barato!”.
De acordo com o neto de Maria, o profissional de comércio exterior Eduardo Beklian, de 26 anos, que teve a ideia de criar o perfil para a avó, as gravações começaram como brincadeira, apenas para mostrar os passeios da idosa pelos shoppings mais luxuosos de São Paulo.
Eduardo disse que criou apelidos para a avó pelo fato dela gostar muito de se arrumar, usar joias e roupas de marca. A aposentada também é fã de carros, e atualmente tem nove veículos, conforme o neto.
Bordão
Nos vídeos, Maria Berklian é conhecida justamente pelo bordão “tá barato!”, usado quando vê alguma joia, bolsa ou carro nas lojas de grife. Eduardo diz que mesmo que seja em tom de brincadeira, a avó realmente “acha que tudo é barato”.
Em uma das gravações, a aposentada compra um anel e um relógio na loja da Rolex. Ao todo, as joias custaram quase R$ 200 mil. Ela também já gravou vídeos na Prada, Balenciaga e Dolce & Gabbana e, apesar de alegar que bolsas entre R$ 17 mil a R$ 60 mil, estavam “baratas”, Maria não aparece no vídeo comprando os acessórios de luxo.
Agora quando sai para passear, Maria Berklian é parada por fãs que pedem uma foto. Mesmo sem estar acostumada com a realidade das redes sociais, a fama e a tietagem, ela diz que está gostando de receber todo o carinho.
“Eu fico (feliz), de verdade. Estou gostando, é divertido”, disse a aposentada ao Metrópoles.
Fama repentina
Os vídeos começaram a ser gravados durante a pandemia. A principal ideia do neto era mostrar como era a vida da avó. Conhecida por ser uma pessoa com personalidade forte, Maria também gosta de fazer brincadeiras e ser espontânea.
Quem ajuda Eduardo na missão de editar o conteúdo e acompanhar Maria Berklian em seus passeios é a engenheira de produção Gabriela Paiva, de 27 anos, melhor amiga da aposentada.
No início, a família não apoiava a exposição da idosa na internet. Para uma família mais tradicional, foi um choque ver que ela não era mais uma figura anônima. Antes dos vídeos viralizarem, a aposentada, que passava despercebida em passeios no shopping, atualmente é reconhecida até pelos vendedores.
“Minha mãe não era muito a favor da gente ficar na internet, principalmente porque minha família é muito tradicional e não está acostumada com a mídia.”, disse o rapaz.
Os vídeos também já chegaram em Anitta, que comparou Berklian com a amiga e empresária Gkay. Para a cantora, Maria Berklian seria a “Gkay velhinha”
Um dos personagens que já chegou a aparecer nos vídeos é o mordomo, Gil, de 57 anos, apelidado carinhosamente de Crô. Segundo Eduardo, ele trabalha com a família há 38 anos, e é o funcionário de maior confiança. Maria também tem motorista e mais três empregados, mas é apenas o mordomo que toma conta de todos os detalhes da casa.
Maria tem uma grande admiração por Hebe Camargo, de quem diz ter sido amiga. Eduardo diz que a avó sempre gostou de ser comparada com a apresentadora, principalmente por terem personalidades muito parecidas.
Quem é Maria Berklian
De descendência armênia, a família de Maria chegou na cidade de São Paulo em 1920, após fugir do genocídio armênio. Para ajudar no sustento da família, ela começou a trabalhar aos 16 anos como costureira. Ela também trabalhou como feirante ao lado do seu marido, com quem se casou aos 17 anos em um casamento arranjado. Eles ficaram juntos até ele falecer, há 26 anos.
Apesar de nunca ter passado fome, a vida de Maria não era fácil, segundo o neto. A maioria das refeições que fazia era composta apenas de arroz e feijão, já que quase nunca tinha dinheiro para comprar outros alimentos. Mas com 28 anos e após de ter a terceira filha, Maria conseguiu montar, junto com o marido, uma rede de supermercados, vendida há 30 anos, conforme a família.
De acordo com Eduardo, o negócio deu conforto para toda a família, que atualmente é dona de imóveis e prédios comerciais, sem entrar em detalhes.
“A maior dificuldade foi ter que trabalhar e economizar muito para conseguir alavancar o negócio, ela se privou de muitas coisas”, disse Eduardo.
Para ela, o seu maior medo é ter que viver como antes. Ela ainda disse que “sem dinheiro a gente não faz nada”.