Suzano: polícia insiste na apreensão de suspeito de planejar ataque
Ele tem 17 anos, prestou depoimento por três horas e foi solto na quinta-feira: para delegados, livre, menor pode atrapalhar apuração
atualizado
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Enviado especial a Suzano (SP) – Três dias após se apresentar, prestar depoimento e ser liberado (foto em destaque), o adolescente suspeito de ser o terceiro envolvido no planejamento do massacre na Escola Estadual Raul Brasil pode ser apreendido. Pedido nesse sentido foi apresentado à Justiça, nesta segunda-feira (18/3), pela Polícia Civil de São Paulo. O jovem, de 17 anos, é acusado de instigação ao crime.
Para os investigadores, há indícios claros de que ele arquitetou o massacre com o adolescente de 17 anos e o rapaz de 25 que executaram a chacina na última quarta-feira (13).
A polícia chegou a essa conclusão após realização de perícia em celulares dos envolvidos e coleta de depoimentos – inclusive de parentes dos autores e do suspeito. A análise do material apreendido na casa do adolescente continua.
Nesta segunda-feira (18), os delegados responsáveis pelo caso e promotores do Ministério Público de São Paulo (MPSP) se reuniram na capital paulista. A polícia entregou um relatório no qual defende a apreensão preventiva do menino. Fontes adiantaram ao Metrópoles que o documento, mantido sob sigilo, detalha qual foi a participação do jovem e como ele teria agido.
Riscos à apuração
Essa é a segunda vez que a Polícia Civil de São Paulo pede a detenção do suspeito. Na última quinta-feira (14), o adolescente foi ouvido no Fórum de Suzano. Ele acabou liberado após prestar depoimento por quase três horas.
Na ocasião, os promotores não viram consistência na acusação da Polícia Civil e não acataram o pedido. Como não houve denúncia do MPSP, a Vara de Infância e Juventude nem sequer chegou a analisar o caso.
Inicialmente, a Polícia Civil pediu à Justiça que o menor ficasse apreendido por pelo menos 45 dias. Os investigadores acreditam que ele poderia atrapalhar a apuração do massacre.
Segundo os investigadores, ele teria ajudado os atiradores Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25, a planejar o ataque. Contudo, para a polícia, o adolescente não esteve na escola palco do crime no dia da execução da chacina, preparada durante um ano pelo trio.
Ao todo, 10 pessoas morreram, incluindo Guilherme e Luiz Henrique, e outras duas dezenas ficaram feridas. Quatro estudantes continuam hospitalizados. As aulas no colégio Raul Brasil continuam suspensas. Nesta segunda (18), professores e funcionários receberam atendimento psicológico no local.