Suzano: “Não precisamos de mais armas”, diz Lula
O ex-presidente enviou a mensagem da prisão em Curitiba e transmitiu solidariedade aos alunos e trabalhadores da escola
atualizado
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Em mensagem enviada da prisão, em Curitiba, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transmitiu solidariedade aos alunos e trabalhadores da escola de Suzano (SP) alvo de um ataque nesta quarta-feira (13/3) e criticou aqueles que defendem o armamento da população.
“Que aqueles que incentivam a cultura do ódio e da violência entendam que não precisamos de mais armas para que massacres com o de Suzano não se tornem cotidianos em nosso país. O Brasil precisa de paz”, diz o texto de Lula publicado por sua assessoria.
Entenda
Os dois responsáveis pelo atentado eram ex-alunos do colégio e usaram armas atípicas para atacar alunos e funcionários. O crime aconteceu no horário do intervalo, por volta de 9h30, quando os estudantes estavam fora das salas. Dez pessoas morreram – incluindo os autores e o tio de um deles, que não estava no colégio – e ao menos 23 vítimas foram encaminhadas a hospitais.
Os criminosos foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25. O aniversário de Luiz Henrique seria no próximo dia 16, quando ele faria 26 anos. Já Monteiro atingiria a maioridade no dia 5 de julho.
A investigação aponta que, após os assassinatos, Guilherme matou Luiz Henrique e depois se suicidou. Segundo a polícia, os dois tinham um pacto de que fariam o ataque e depois se matariam. E que andavam pesquisando na internet massacres em escolas dos Estados Unidos.
Além de uma arma de fogo calibre .38, os dois portavam armamentos incomuns: uma besta – que é uma arma medieval –, arco profissional, machado, coquetel molotov e explosivos.
Vítimas
A polícia identificou as oito vítimas do massacre. Entre elas estão duas funcionárias da instituição de ensino, Marilena Ferreira Vieira Umezo e Eliana Regina de Oliveira Xavier. Cinco jovens, todos estudantes do ensino médio, e um comerciante da região também perderam a vida no ataque.
Pablo Henrique Rodrigues, Cleiton Antônio Ribeiro, Caio Oliveira, Samuel Melquíades Silva de Oliveira e Douglas Murilo Celestino estavam no pátio, durante o intervalo das aulas, quando foram surpreendidos pelos tiros.
Jorge Antônio Moraes, dono de uma locadora de veículos que fica ao lado do colégio, foi o primeiro a ser atingido pelos atiradores. Ele seria tio de Guilherme. Jorge foi socorrido e levado ao hospital municipal de Suzano, mas não resistiu.
Durante coletiva de imprensa, o comandante da PM de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou que os agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, impediram que os criminosos entrassem em uma sala de aula e atirassem contra outros 10 alunos, os quais se escondiam no espaço.