Sob aplausos, Suzano enterra seis vítimas. Enterros continuam na sexta
Ao todo, 15 mil pessoas participaram, desde a madrugada desta quinta-feira, de velório coletivo e primeiros sepultamentos
atualizado
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Enviado especial a Suzano (SP) – Após o velório conjunto no Parque Max Feffer, conhecido como Arena Suzano, os corpos das seis vítimas do massacre de Suzano foram enterrados, ao som de aplausos, no Cemitério Municipal São Sebastião. Ao longo desta quinta-feira (14/3), mais de 15 mil pessoas passaram pelo local do velório. Nesta sexta-feira (15), acontecerá o enterro de Marilene Ferreira Vieira Umezo, funcionária da escola.
Familiares de Marilene não divulgaram o local do enterro, apesar de terem jazigo no Cemitério Municipal São Sebastião. Ao sair da arena, o corpo dela será levado para a Igreja Matriz São Sebastião, onde continuará o velório. Os cortejos partiram por volta das 15h30.
No início da tarde de quinta, o corpo de Guilherme Taucci Medeiros, 17 anos, um dos atiradores do massacre, foi sepultado no mesmo cemitério. A família optou por uma cerimônia restrita. Segundo informações de funcionários do local, cerca de 20 pessoas participaram.
O corpo do aluno Douglas Murilo, 16, foi velado em uma igreja evangélica no bairro Parque Maria Helena por escolha da família. A cerimônia foi dedicada a amigos próximos e parentes.
O primeiro corpo chegou por volta das 15h50 no cemitério e o sepultamento das outras vítimas foi realizado a cada 30 minutos. A movimentação de familiares, amigos, funerárias e moradores de Suzano que prestam suas homenagens dificultou o trajeto dos corpos.
Veja ordem dos enterros:
Samuel Melquiades Silva de Oliveira (estudante)
Caio Oliveira (estudante)
Claiton Antonio Ribeiro (estudante)
Eliane Regina Oliveira Xavier (funcionária)
Kaio Lucas da Costa Limeira (estudante)
Veja imagens do enterro:
Veja imagens do massacre em Suzano (SP):
Entenda o massacre em Suzano (SP)
A escola de Suzano onde ocorreu o massacre fica a cerca de 50km da capital do estado, São Paulo, e tem ensino fundamental e médio, além de um centro de línguas. Lá estudam cerca de 1 mil alunos e trabalham 121 funcionários.
Vítimas
Entre as vítimas estão duas funcionárias da instituição de ensino, Marilena Ferreira Vieira Umezo e Eliana Regina de Oliveira Xavier. Cinco jovens, todos estudantes do ensino médio, e um comerciante da região também perderam a vida no ataque.
Caio Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro, Douglas Murilo Celestino, Kaio Lucas da Costa Limeira, Samuel Melquiades Silva Oliveira estavam no pátio, durante o intervalo das aulas, quando foram surpreendidos pelos tiros.
Jorge Antônio Moraes, dono de uma locadora de veículos que fica ao lado do colégio, foi o primeiro a ser atingido pelos atiradores. Ele seria tio de Guilherme. Jorge foi socorrido e levado ao hospital municipal de Suzano, mas não resistiu.
Durante coletiva de imprensa, o comandante da PM de São Paulo, coronel Marcelo Vieira Salles, afirmou que os agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, impediram que os criminosos entrassem em uma sala de aula e atirassem contra outros 10 alunos, os quais se escondiam no espaço.
Vídeos
Minutos após o ataque, um cenário de horror se formou no colégio Raul Brasil. As imagens mostram alunos caídos no chão e uma grande quantidade de sangue espalhada pelo local. Na gravação, é possível ver ao menos cinco corpos nos corredores da escola.
Estudantes correm no pátio, gritando em direção à pessoa que está gravando. Em desespero, uma aluna pede socorro. “Me ajuda, meu Deus”, berrou, ao sair correndo.
Imagens gravadas por câmeras de segurança na rua da escola filmaram o momento em que os dois atiradores estacionaram um Ônix branco em frente ao colégio e entraram para cometer o massacre. O vídeo foi divulgado pelo site O Antagonista.
Nas imagens, é possível ver o carro estacionando em frente ao portão de entrada da escola. Logo em seguida, o passageiro desce do veículo e parece conversar com o motorista. Com uma mochila nas costas e carregando algo nas mãos, ele deixa a porta por onde saiu aberta e dá a volta por trás do automóvel, parando ao lado da janela do condutor.
O rapaz parece continuar o diálogo com o motorista do carro por alguns instantes, em seguida se vira e entra na escola. O condutor fica no veículo por alguns minutos, mas logo sai com certa pressa e atravessa o portão do colégio. Assim como seu comparsa, ele levava uma mochila nas costas e carregava algo nas mãos. Em poucos segundos, vários adolescentes aparecem fugindo.
Após os assassinatos, Guilherme Taucci Monteiro, o mais novo, matou Luiz Henrique de Castro e cometeu suicídio.