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Suzano: adolescente apreendido foi “mentor” do crime, diz polícia

Segundo a investigação, ele teria comprado objetos que seriam usados no crime e participou da idealização do ataque

atualizado

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Rafaela Felicciano / Metrópoles
3 menor apreendido em Suzano
1 de 1 3 menor apreendido em Suzano - Foto: Rafaela Felicciano / Metrópoles

Enviado especial a Suzano (SP) – A cúpula da investigação do massacre no Colégio Estadual Raul Brasil, em Suzano, apresentou, na tarde desta terça-feira (19/3), detalhes da apuração. Eles confirmaram que o menor de 17 anos apreendido durante a manhã é um dos mentores intelectuais do crime e ajudou na compra do armamento usado. Agora, ele é acusado de participação em homicídios.

Como indicativo da sua participação, foram apresentadas evidências cibernéticas mostrando a sua colaboração na criação do delito. “Estamos convencidos que ele participou do planejamento, baseado nas provas coletadas e dos depoimentos colhidos. Ele comprou objetos que poderiam fazê-lo participar do delito e participou na idealização do crimes”, afirmou o delegado responsável pelo caso, Alexandre Henrique Augusto Dias.

A polícia não sabe dizer os motivos pelos quais o menor não participou do crime. Os investigadores concluíram que ele não esteve no colégio no dia do crime. “O motivo que o levou a não participar ainda está em apuração”, resumiu o promotor do Ministério Público de São Paulo, Rafael do Val. A maior ligação do suspeito seria com o atirador Guilherme Taucci, de 17 anos.

O promotor explicou o que o levou a liberar o adolescente na última sexta (15/3), após quase três horas de depoimento. “O Estatuto da Criança e do Adolescente determina que a apreensão de um menor por 45 dias só pode se dar mediante a apresentação de um fato, através de uma representação explicando qual ato infracional o menor cometeu. Naquela oportunidade, eu não tinha elementos para apresentar essa representação”, ponderou.

Um novo relatório foi apresentado na última segunda-feira (18/3). Ao menos 10 novas provas foram apresentadas. No decorrer da investigação, mais de 30 pessoas foram ouvidas.

“As provas que chegaram esclareceram melhor os fatos. Com a chegada do novo relatório, a convicção foi formada e o pedido foi analisado e considerado pertinente”, destacou o promotor.

O menor foi levado na manhã desta terça para uma unidade da Fundação Casa. O endereço do local não foi revelado por segurança e pelo processo estar em segredo de Justiça. Após 45 dias da reclusão provisória, o procedimento investigatório deve ser concluído.

Com isso, a juíza Erica Marcelina Cruz, da Vara da Infância e da Juventude de Suzano, deve apresentar uma sentença e pode aplicar uma medida socioeducativa. A punição pode chegar a três anos de internação. “Isso depende na análise da personalidade do menor, ainda será instruído o processo, inclusive com profissionais da Funda Casa, para entendermos seu comportamento”, concluiu.

Durante a audiência, o advogado de defesa, Marcelo Feller, orientou que o adolescente e a família permanecessem em silêncio. “Interrompi a oitiva da mãe dele. Eles estão dispostos a falar, mas a defesa precisa ter conhecimento dos autos”, destacou. Feller tem três dias para apresentar a defesa do jovem.

 

Novos ataques
Desde a matança no Raul Brasil, na última quarta (13/3), uma enxurrada de falsos ataques passaram a ser ventilados nas redes sociais. Os supostos novos massacres aconteceriam em outros colégios e até mesmo em órgãos públicos, como a prefeitura de Suzano.

O serviço de inteligência da Polícia Civil de São Paulo afirmou que monitora as ameaças. “Não tem novos planos de ataques. Aqueles que tem exaltado o atentado terrorista que ocorreu em Suzano estão sendo monitorados. A exaltação de um delito é crime. Vamos apurar a responsabilidade penal de cada um”, advertiu o delegado.

Na véspera de o atentado no Colégio Estadual Raul Brasil completar uma semana, nesta quarta-feira (20/3), estudantes fizeram uma manifestação no local. Vestidos de branco, eles carregaram faixas, fizeram orações e prestaram homenagens às oito vítimas. Nesta terça, o Raul Brasil recebeu alunos para atendimento psicológico. As aulas continuam suspensas e a Secretaria de Educação de Educação de São Paulo ainda não definiu uma nova data para as atividades pedagógicas.

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