Suspenso por xingar juízes, advogado é preso por tráfico de drogas
Lucas Bernardino de Castro ficou conhecido depois de se dirigir a magistrados com palavras como “corrupto, sociopata, malandro e criminoso”
atualizado
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Goiânia – Depois de se tornar conhecido por xingar juízes do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO), um advogado de 37 anos teve prisão em flagrante convertida em preventiva, nesta sexta-feira (2/7), por porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas.
Lucas Bernardino de Castro foi detido em seu apartamento, na quinta-feira (1º), no Setor Vila dos Alpes, na região sudoeste de Goiânia, após denúncia anônima. O flagrante ocorreu uma semana depois de a Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO) suspender o registro profissional dele por se dirigir a magistrados com palavras como “corrupto, sociopata, malandro, pilantra, criminoso”, entre outras.
Equipes da Polícia Militar se dirigiram ao apartamento do advogado e, com ajuda de cães farejadores, encontraram drogas no local, além de arma de fogo.
Veja lista de itens apreendidos:
- 55,5 gramas de maconha, divididas em cinco porções;
- 137 gramas de cocaína, separadas em 89 porções;
- 745 gramas de droga identificada apenas pela expressão “não tem cocaína”;
- 2 cartelas com 110 adesivos coloridos, mas sem conter LSD;
- 1 triturador de vegetal com resquícios de maconha;
- 1 balança digital sem resquícios de cocaína;
- 1 arma de fogo, tipo pistola marca Taurus calibre 380, com 14 munições.
Prisão preventiva
O juiz Luciano Borges da Silva, da Vara de Custódia da comarca de Goiânia, acatou pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO) para que a prisão em flagrante fosse convertida em preventiva.
Durante a abordagem, segundo o documento do MP, o advogado “confessou informalmente à equipe que havia drogas”. “No entanto, negou a presença de arma de fogo, franqueando a entrada da equipe”, afirma a peça.
Polêmica no Judiciário
No dia 24 de junho, o Tribunal de Ética e Disciplina (TED) da OAB-GO decidiu suspender, por unanimidade, preventivamente, por 90 dias, o registro profissional do advogado acusado de xingar, em recurso de um processo, seis magistrados do Judiciário goiano.
No processo judicial, ele tenta reaver cargo que exercia como servidor público na Polícia Técnico-Científica de Goiás, mas reclama por ainda não ter conseguido decisão favorável.
O recurso é datado de 22 de outubro de 2020. “Tem dois anos e meio que estou sem emprego por conta de juiz corrupto”, diz o advogado, no documento. Castro também afirma ter sido exonerado, de forma “criminosa” e “por puro assédio moral”. Os xingamentos ganharam repercussão nas redes sociais.