1 de 1 Vacina infantil covid-19
- Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
São Paulo – A prefeitura de Lençóis Paulista, no interior de São Paulo, está trabalhando em conjunto com órgão técnicos e científicos do estado para averiguar se há relação entre a parada cardíaca sofrida por uma criança e a vacina contra Covid-19.
O prefeito Anderson Prado suspendeua vacinação de crianças após o caso e afirma que ainda não há comprovação de que o imunizante tenha causado a parada cardíaca. No entanto, a prefeitura tomou a decisão por segurança e para o acompanhar diariamente as 46 crianças já vacinadas na cidade.
“O que nós fizemos foi uma medida cautelar, de segurança. Não há ainda a comprovação de que há relação entre a vacina e a parada cardíaca. Essa resposta tem que vir de órgãos federais e estaduais”, disse Prado ao Metrópoles.
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A Anvisa aprovou, em 16 de dezembro, a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. Para isso, será usada uma versão pediátrica da vacina, denominada Comirnaty
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A vacina é específica para crianças e tem concentração diferente da utilizada em adultos. A dose da Comirnaty equivale a um terço da aplicada em pessoas com mais de 12 anos
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A tampa do frasco da vacina virá na cor laranja, para facilitar a identificação pelas equipes de imunização e também por pais, mães e cuidadores que levarão as crianças para receberem a aplicação do fármaco
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Desde o início da pandemia, mais de 300 crianças entre 5 e 11 anos morreram em decorrência do coronavírus no Brasil
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Isso corresponde a 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias. Além disso, segundo dados do Ministério da Saúde, a prevalência da doença no público infantil é significativa. Fora o número de mortes, há milhares de hospitalizações
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De acordo com a Fiocruz, vacinar crianças contra a Covid é necessário para evitar a circulação do vírus em níveis altos, além de assegurar a saúde dos pequenos
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Contudo, desde o aval para a aplicação da vacina em crianças, a Anvisa vem sofrendo críticas de Bolsonaro, de apoiadores do presidente e de grupos antivacina
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Para discutir imunização infantil, o Ministério da Saúde abriu consulta pública e anunciou que a vacinação pediátrica teria início em 14 de janeiro. Além disso, a apresentação de prescrição médica não será obrigatória
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Inicialmente, a intenção do governo era exigir prescrição. No entanto, após a audiência pública realizada com médicos e pesquisadores, o ministério decidiu recuar
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De acordo com a pasta, o imunizante usado será o da farmacêutica Pfizer e o intervalo sugerido entre cada dose será de oito semanas. Caso o menor não esteja acompanhado dos pais, ele deverá apresentar termo por escrito assinado pelo responsável
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Além disso, apesar de não ser necessária a prescrição médica para vacinação, o governo federal recomenda que os pais procurem um profissional da saúde antes de levar os filhos para tomar a vacina
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Segundo dados da Pfizer, cerca de 7% das crianças que receberam uma dose da vacina apresentaram alguma reação, mas em apenas 3,5% os eventos tinham relação com o imunizante. Nenhum deles foi grave
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Países como Israel, Chile, Canadá, Colômbia, Reino Unido, Argentina e Cuba, e a própria União Europeia, por exemplo, são alguns dos locais que autorizaram a vacinação contra a Covid-19 em crianças
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Nos Estados Unidos, a imunização infantil teve início em 3 de novembro. Até o momento, mais de 5 milhões de crianças já receberam a vacina contra Covid-19. Nenhuma morte foi registrada e eventos adversos graves foram raros
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A decisão do Ministério da Saúde de prolongar o intervalo das doses do imunizante contraria a orientação da Anvisa, que defende uma pausa de três semanas entre uma aplicação e outra para crianças de 5 a 11 anos
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O prefeito conta que, por ser uma cidade pequena com 70 mil habitantes, conhece os pais da menina que sofreu a parada cardíaca. Ele está acompanhando a recuperação da criança.
“A prefeitura de Lençóis paulista combate a pandemia de frente. Somos uma cidade totalmente a favor da ciência, da vacina. Nós só tomamos essa medida de forma cautelar e não estamos, nem queremos e nem vamos tornar essa medida de extrema direita, uma medida política. É uma medida administrativa e cautelar”, ressaltou Prado.
A menina segue internada no Hospital Unimed Botucatu e seu quadro é estável. A criança tem asma como comorbidade. Segundo Anderson Prado, entre as outras 45 crianças vacinadas, apenas uma teve sintomas adversos leves, como febre.
De acordo com o prefeito, a Vigilância Epidemiológica, o comitê de combate à Covid-19 e a Secretaria de Saúde municipal se reuniram na noite dessa quarta-feira (19/1) com a Secretaria de Saúde Estadual.
Um novo encontro entre essas partes deve ocorrer nesta quinta-feira (20/1), às 14h. A reportagem do Metrópoles procurou a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, mas não obteve retorno até o momento sobre o caso.
“Somos a favor da vacinação, mas também somos a favor que os órgãos competentes esclareçam se há um nexo causal entre a vacinação e a possibilidade de reação adversa da menina”, afirmou Prado.
Vacinação continua por agendamento
Anderson Prado (DEM) ressaltou que Lençóis Paulista continua oferecendo a vacinação contra Covid-19 para crianças com agendamento na central de saúde. A prefeitura prevê retomar a campanha normalmente na terça-feira (25/1).
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