Suspeito de matar Marielle comprava ferramentas para montar fuzis de guerra
Com nomes falsos, Ronnie Lessa entrava em sites dos Estados Unidos e adquiria os aparatos destinados a armamentos pesados
atualizado
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Acusado de executar a vereadora Marielle Franco (PSol-RJ), o sargento reformado da Polícia Militar Ronnie Lessa é suspeito de encomendar e comprar ferramentas para confecção de fuzis de guerra. A informação consta em relatório do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Rio de Janeiro obtido pelo jornal O Globo.
O documento aponta que o militar teria criado nomes falsos para poder comprar os aparatos em sites dos Estados Unidos. Os pagamentos eram feitos por meio do aplicativo Pay-pal.
Na avaliação dos investigadores, as provas colhidas comprovam a ligação do acusado com o tráfico internacional de armas.
Em março de 2019, a Polícia Civil do Rio de Janeiro localizou 117 fuzis em endereços ligados ao policial militar. Além de Lessa, o ex-militar Élcio Vieira de Queiroz também está preso suspeito de ter participado do homicídio.
Os armamentos estavam desmontados quando a polícia chegou. A casa onde os itens foram encontrados pertence a um amigo de Lessa, Alexandre Motta de Souza. Aos investigadores, ele relatou que o ex-sargento teria deixado as caixas no local em dezembro e que desconhecia o conteúdo delas. Souza foi preso.
Os fuzis desmontados estavam incompletos: faltavam o gatilho e o cano dos armamentos. Após três meses preso por ser flagrado escondendo os objetos, Alexandre teve a prisão revogada.