Suspeito de matar adolescente pintou bicicleta para não ser encontrado
Janildo da Silva Magalhães, de 38 anos, foi preso na última segunda, 4. O homem estuprou a vítima, de 14 anos, antes de matá-la
atualizado
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Goiânia – De acordo com a Polícia Civil de Goiás, o homem suspeito de estuprar e matar a adolescente Amélia Vitória de Jesus, de 14 anos, tentou se livrar de evidências que o ligassem aos crimes. Janildo da Silva Magalhães, de 38 anos, teria rasgado a camiseta que usava e pintado a bicicleta onde levou a vítima.
O suspeito foi preso preventivamente na noite de segunda-feira (4/12) e deve responder pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.
Em coletiva de imprensa, realizada nessa terça-feira (5/12), os delegados Eduardo Rodovalho e André Botesini informaram que Janildo é aposentado por invalidez e possui uma série de antecedentes por crimes sexuais, furtos, roubos, tráfico de drogas e até homicídio.
O homem morava com a mãe e a irmã, que ajudaram a polícia a prendê-lo após notarem mudanças no comportamento dele. Em depoimento, elas disseram que desconfiaram de Janildo por ter passado o final de semana fora de casa e, principalmente, por ficar estranho ao ouvir comentários sobre o caso.
“Ele saiu de casa já com um comportamento estranho. A mãe dele diz que ele falou: ‘Eu vou sair, não me espere. Não sei se vou voltar amanhã e nem se vou estar vivo’. No dia seguinte retornou já com outro comportamento, dizendo que ia pintar a bicicleta e depois sempre ficando alterado com reportagens da menina na televisão”, afirmou o delegado Eduardo Rodovalho.
A irmã de Janildo também relatou que, quando ele chegou em casa na manhã seguinte ao desaparecimento de Amélia, rasgou a camiseta que estava usando e a deixou em um canto da casa. A familiar recolheu os pedaços da roupa e guardou. A polícia acredita que o intuito dele era queimar ou descartar os restos da camiseta, para não ser identificado.
Comoção familiar
Ainda de acordo com a polícia, a comoção da família do suspeito com o desaparecimento da adolescente pode ter influenciado Janildo a voltar ao local do crime e colocar o corpo na rua. Perícia indica que ele envolveu o corpo no lençol e o arrastou até a rua.
“A irmã dele disse que dizia: ‘Além de fazer maldade, não dá à família nem a chance de se despedir’. Eu acredito que essas palavras fizeram com que ele voltasse para colocar o corpo na rua”, diz o delegado.
Banco genético
Janildo foi identificado por meio do material genético encontrado no corpo de Amélia. Segundo a polícia, ele tinha o DNA cadastrado no Banco Nacional de Perfis Genéticos por já responder na Justiça por um crime de estupro em 2017, que aconteceu em Rio Verde, no sudoeste goiano.
A partir das investigações, a polícia constatou que Janildo tinha o costume de praticar furtos e roubos usando uma bicicleta, na região em que Amélia desapareceu. A principal hipótese é que ele tenha saído de casa no dia 30 de novembro para praticar furtos, mas acabou encontrando a adolescente pelo caminho e decidiu raptá-la, já com o intuito de cometer um estupro.
Conforme o delegado Eduardo Rodovalho, o investigado se aproveitou que o local tinha pouca movimentação, ameaçou a estudante com uma faca e a levou para os fundos de um imóvel, próximo a uma região de mata, onde a estuprou pela primeira vez.
Após esse primeiro ato de violência sexual, Janildo colocou a vítima no cano da bicicleta e fez um percurso de aproximadamente 6 km com ela, até chegar em um local que ele usava como esconderijo para usar drogas e colocar objetos roubados. Um vídeo mostra o suspeito andando com a menina na bicicleta.
No imóvel abandonado, Janildo teria estuprado Amélia durante toda a noite, até decidir matar a estudante por meio de asfixia. Durante a perícia foram encontrados diversos vestígios de abuso sexual, como peças íntimas, sangue e fios de cabelo da menina. A suspeita da corporação é de que a asfixia contra ela tenha sido praticada com um golpe mata-leão ou com o auxílio de um lençol.
Possíveis novas vítimas
Janildo responde na Justiça por um crime de estupro praticado em Rio Verde, em 2017. Segundo a polícia, a dinâmica deste crime é bastante similar ao crime praticado contra Amélia. Mas como o caso corre em segredo de Justiça, não serão repassados mais detalhes sobre ele.