Suspeito de liderar extorsão no RJ, delegado perde distintivo e arma
Maurício Demétrio é acusado de cobrar propina de comerciantes em Petrópolis; outros quatro policiais também perderam credenciais
atualizado
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Rio de Janeiro – O corregedor da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Paulo Passos, determinou que os cinco agentes, entre eles um delegado, acusados de corrupção, fiquem sem carteira, armas e distintivos. O grupo vai responder a Processo Administrativo Disciplinar que pode resultar em demissão do serviço público.
Segundo o Ministério Público do Estado do Rio, o grupo chefiado pelo delegado Maurício Demétrio Afonso Alves montou um esquema de extorsão a lojistas de Petrópolis, Região Serrana, que chegou a render R$ 1 milhão em propinas.
A quadrilha organizou ainda operação fake contra 0 delegado Marcelo Machado Portugal para tentar associá-lo ao comércio de produtos piratas. O motivo: Portugal, naquela época, estava na corregedoria da Polícia Civil e investigava o grupo liderado por Maurício Demétrio.
Presos na última quarta-feira (30/6), os policias são réus na Justiça. “Eles podem perder o cargo. No ano passado, em julho, antes de assumir a Corregedoria, houve denuncia sobre a atuação dos agentes que acabou com a investigação do Ministério Público”, afirmou Paulo Passos.
Maurício Demétrio era o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). Investigado por corrupção, ele é acusado de usar o cargo e os outros agentes da unidade contra seus desafetos.
Arquivamento de procedimento
Segundo as investigações, Maurício Demétrio se passou por uma mulher para forjar a prisão em flagrante do delegado Marcelo Machado Portugal que o investigava. Demétrio fingiu ser funcionária de ONG, de nome Ana, e encomendou mil camisas na confecção de Portugal, com o objetivo de apreendê-las e incriminá-lo.
“Há um procedimento disciplinar instaurado contra o Machado que provavelmente deverá ser arquivado”, concluiu Paulo Passos. Só com Maurício Demétrio foram apreendidos R$ 240 mil em espécie. Ele nega as acusações.