Suspeito de divulgar imagens de jovem alega que não sabia de estupro
Marcelo Miranda da Cruz Correa, 18 anos, teve a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (26/5)
atualizado
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Um dos rapazes envolvidos na divulgação do vídeo da adolescente de 16 anos que foi vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro afirmou, por meio de se advogado, que não sabia que a jovem havia sido estuprada. As informações são do portal G1.
“Não tem razoabilidade de mandar prender alguém por divulgar um vídeo. Eu não concordo com esse pedido de prisão. Ele [Marcelo] não sabia que se tratava de uma vítima de estupro, menos ainda que era menor de idade”, disse o advogado Igor Luiz Carvalho ao portal de notícias.
Marcelo Miranda da Cruz Correa, 18 anos, teve a prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (26/5). Segundo Igor, a repercussão do estupro coletivo deixou o cliente amedrontado. “Ele tá com medo, porque nas redes sociais falaram que iriam matá-lo. Ele tá bem assustado com a repercussão do caso”, contou o defensor, que classificou como “descabido” o pedido de prisão.
Ainda segundo o advogado, Marcelo havia recebido o vídeo do estupro via WhatsApp. “Ele não conhece nem a menina nem os supostos estupradores. Ele divulgou só uma foto em que a menina está de costas. Embora fosse uma brincadeira extremamente grotesca, ele não sabia que era uma vítima de estupro”, afirmou.Ainda de acordo com o advogado, Marcelo irá se apresentar espontaneamente à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), que investiga o caso. Mas antes de Marcelo ser apresentado à polícia, o advogado irá tentar revogar o pedido de prisão, por meio de habeas corpus.
Igor defenderá a tese de que o rapaz não sabia que a imagem era de uma menor de idade que havia sido estuprada. “Ele não sabia que era uma imagem não consentida. Ele imaginou que era um desejo da própria pessoa, porque tem várias pessoas que pedem para tirar foto nessas situações”, defendeu, ressaltando que “não há nada que ele [Marcelo] possa fazer para atrapalhar o andamento do protesto”.
O advogado ressaltou ainda que a família do estudante “está arrasada”. Segundo ele, “a mãe não concordou com o ato dele. Foi um ato equivocado brincar com uma situação de uma mulher que estava nua. Ela ficou mais arrasada ainda com a repercussão”.
Pedido de prisão
A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou e pediu a prisão de quatro homens que teriam participado do estupro coletivo de uma adolescente, de 16 anos, e postado fotos e vídeos do crime na internet.
Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, e Michel Brazil da Silva, 20, são suspeitos de divulgarem os vídeos e as fotos na internet. Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, é o rapaz com quem a adolescente tinha um relacionamento. E ainda Raphael Assis Duarte Belo, de 41 anos. Ele aparece numa foto ao lado da vítima.
O caso chocou os internautas e ganhou grande repercussão nas redes sociais desde quarta-feira (25/5). No vídeo, a jovem aparece nua e desacordada após ser estuprada. A adolescente teria sido violentada por 33 homens, no Morro São João, comunidade carioca. Na gravação é possível ouvir os agressores debochando da vítima. Nas imagens, dois homens exibem a jovem: “Essa aqui, mais de 30 engravidou. ‘Intendeu’ ou não ‘intendeu’?”, diz um dos homens em meio a muitas gargalhadas.