Suspeito abordou gerente para assaltá-la, mas a estuprou, diz delegado
Em depoimento, Raimundo Pessoa negou intenção e tentativa de estupro de Susana Dias. Mas para delegado o abuso sexual ocorreu
atualizado
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São Paulo – Em depoimento à polícia, Raimundo Pessoa, que foi preso suspeito de assassinar Susana Dias Batista, em Itapetininga, no interior de São Paulo, negou que tivesse a intenção ou que tenha tentado estuprar a gerente de loja.
No entanto, o delegado responsável pelo caso, Agnaldo Nogueira, afirmou ao Metrópoles que a investigação acredita que o abuso sexual tenha ocorrido.
O suspeito confessou a intenção de roubá-la e relatou ter mandado a vítima tirar a roupa para revistá-la e ver se não achava dinheiro.
“Ela ficou nervosa, começou a gritar, enquanto veículos passavam na pista e ele teria dado uma pedrada na cabeça dela, e ela desmaiou. Essa é a versão dele”, disse o policial.
“A convicção nossa é de que ele pode até, em um primeiro momento, ter tido realmente a intenção de roubar a vítima. Abordou a mulher, saiu com ela no carro e mudou a conduta dele para tentar um abuso sexual contra ela”, afirmou Nogueira.
A investigação indica que o suspeito mandou a gerente de loja parar o carro no acostamento da Rodovia Vereador Humberto Pellegrini (SP-268), entre Itapetininga e Alambari, e a entrar no mato.
“Ele obrigou ela a se despir, então ela deve ter reagido quando ela foi agredida com várias pedradas na cabeça. Ela estava com o rosto totalmente dilacerado”, disse o delegado.
Susana Dias Batista pode não ter sobrevivido às lesões contundentes na cabeça causadas pela pedra. Porém, a causa da morte da gerente de loja ainda será apontada pelo laudo do Instituto Médico Legal (IML).
De acordo com o delegado, Raimundo foi indiciado por roubo e estupro qualificados, porque houve morte da vítima. “Apesar de não termos o laudo, o estupro já foi confirmado. A prática do ato libidinoso contra a vontade da mulher já é considerada estupro, não é apenas o ato consumado”, explicou Agnaldo Nogueira.
Nervosismo
Ao delegado, o suspeito afirmou que se apavorou com medo de ser flagrado cometendo o crime. “Ele ficou muito nervoso, segundo o relato dele, e decidiu atingi-la com uma pedra para fugir”, afirmou Nogueira.
De acordo com o delegado, Raimundo disse que não estava armado e fez ameaças verbais para que a gerente de loja entregasse o dinheiro. “Mas nossa convicção é de que ele estava com faca, pelo menos, para conseguir obrigar a vítima a seguir com ele até o local”, disse o agente.
Em depoimento, Raimundo afirmou já ter vendido o celular que roubou da mulher de 47 anos.
A polícia informou que o suspeito vive com uma pessoa, tem três filhos e não tinha antecedentes criminais. Do Maranhão, ele se mudou para Itapetininga há um ano e dois meses com o objetivo de trabalhar na área de construção civil. Raimundo já atuou como pedreiro em outras cidades do interior de São Paulo.
Prisão
Raimundo Nonato da Silva Pessoa teve a prisão temporária decretada em 19/11 e foi detido em 21/11 em Itapetininga, no interior de São Paulo. “Temos 30 dias para concluir o inquérito e então vamos apresentar para pedir a prisão preventiva dele”, afirmou o delegado responsável pelo caso.
A Polícia Civil identificou o autor do crime com o auxílio das câmeras de segurança de lojas e condomínios próximos de onde a gerente de loja foi vista pela última vez.
Segundo a polícia, no local em que ele foi preso, os investigadores encontraram a roupa que ele usava no dia do crime. Raimundo foi levado até a delegacia e confessou a autoria do crime. Ele foi transferido para um Centro de Detenção Provisória (CDP) da região.
Desaparecimento
A vítima de 47 anos desapareceu em 17/11, depois de sair da empresa em que trabalhava para ir almoçar em casa. Ela foi vista pela última vez usando a caminhonete do estabelecimento onde trabalhava.
Susana foi encontrada com um grave ferimento na cabeça, hematomas no rosto e usando apenas roupas íntimas. O corpo estava em um local de mata e foi localizado por parentes entre as cidades de Alambari e Itapetininga, no interior de São Paulo.
Os familiares procuraram justamente no local onde ela foi vista pela última vez por dois ciclistas, depois de sair com o carro da empresa na qual trabalhava, em Itapetininga.
A vítima era gerente de uma loja de máquinas e ferramentas, onde começou a trabalhar no setor financeiro há um ano e meio. Ela era muito querida pelos colegas e clientes.