Suspeita de envenenar enteados, madrasta declarava amor a eles na web
A mulher postava vídeos com o marido e os dois enteados ao som de músicas religiosas. Uma jovem morreu envenenada no Rio
atualizado
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Cíntia Mariano Dias Cabral (foto em destaque), de 49 anos, suspeita de envenenar os enteados e causar a morte de uma deles, costumava fazer homenagens e declarações de amor à família em publicações nas redes sociais.
A mulher postava vídeos com o marido e os dois enteados, um adolescente de 16 anos — internado após ingerir feijão com veneno preparado pela madrasta — e a jovem Fernanda Carvalho Cabral, 22, morta há cerca de dois meses após relatar sintomas semelhantes aos do irmão.
“Todos familiares amigos à sua espera. Força, Nana (Fernanda), todos por você sempre”, escreveu Cíntia em um a das publicações.
Com a piora do quadro, Cíntia postou um vídeo com uma música gospel, uma foto da enteada e a mensagem: “Você vai vencer! Eu creio”, afirmou. A jovem morreu em 27 de março.
Em várias publicações, Cíntia aparece com a família em momentos de descontração. As mensagens são acompanhadas músicas religiosas.
Entenda o caso
A Polícia Civil do Rio de Janeiro apreendeu um frasco de veneno para pulgas na casa de Cíntia. Também foi recolhido um recipiente com feijão.
Na sexta-feira (20/5), a mulher foi presa temporariamente. Ela é investigada por supostamente ter envenenado e matado a enteada Fernanda, em março, e ainda tentar matar o irmão dela, Bruno Carvalho, 16, da mesma maneira, no domingo (15/5).
O vidro de veneno foi encontrado numa prateleira embaixo do cooktop, na cozinha da residência.
De acordo com investigações, os dois jovens deram entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer com sintomas semelhantes: tontura, língua enrolada, baba e coloração da pele branca. Isso tudo após comer um prato de feijão feito e servido pela madrasta, que mantinha relacionamento conjugal com o pai das vítimas há cerca de seis anos.
O garoto teria relatado, após a refeição, que o feijão estava com um gosto amargo e aparentava ter bolinhas azuis. Logo depois, acabou internado, chegou a ser intubado, mas conseguiu sobreviver.
Inicialmente, a morte de Fernanda não havia sido relacionada a um homicídio. Entretanto, com a internação do irmão com sintomas semelhantes, houve uma reviravolta no caso e a morte passou a ser investigada.