SUS recebe “kits intubação” com instruções em mandarim
Insumos fazem parte de doação feita por empresário brasileiros. A primeira remessa teve um total de 3,4 milhões de unidades
atualizado
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Entidades médicas solicitaram ao Ministério da Saúde que bulas, rótulos e embalagens de uma nova leva do “kit intubação” sejam traduzidas para o português. Os itens chegaram ao Brasil com todas as instruções em mandarim, o que pode contribuir para acidentes e mau uso na emergência.
“Os responsáveis por manusear os medicamentos podem se confundir [com as informações em mandarim]. O efeito adverso que isso pode causar no paciente é grave. O que estamos fazendo é ajudar para que isso não ocorra”, disse Luís Antônio Diego, diretor de uma das associações que solicitou a tradução.
O país sofre com a falta dos sedativos, neurobloqueadores musculares e analgésicos opioides que compõem o kit, que é muito usado em pacientes com Covid devido aos problemas respiratórios. Essa é a primeira leva de “kit intubação” doada por empresários brasileiros ao SUS, e chegou na semana passada.
No total, a doação foi de 3,4 milhões kits, e o restante deve chegar ao Brasil até o fim do mês.
“Temos adotado uma série de ações para aumentar a oferta. Também contamos com o apoio da indústria nacional, OMS/Opas, e com a solidariedade de outros países que farão doações dos insumos ao Brasil”, disse Queiroga à Folha de S. Paulo.
O pedido de tradução foi protocolado pelas seguintes entidades: Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA ), Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib), Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede ), Instituto para Práticas Seguras do Uso de Medicamentos (ISMP-Br) e Sociedade Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde (SBRAFH).
As associações ainda fizeram outras solicitações, como a realização de armazenamento e identificação desses medicamentos separadamente e orientações sobre como os rótulos deveriam ser colocados. O documento foi enviado ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), ao Conselho Nacional de Secretarias municipais de Saúde (Conasems) e ao Ministério da Saúde.
Em resposta, o Conass afirmou que já “elaboraram documentos técnicos, que foram disseminados aos estados”. Já a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que os produtos podem vir em outros idiomas, e que cabe ao Ministério da Saúde “atuar e fazer as discussões da instrução de uso”.