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Suruba e morte marcam novo livro de Luciano Bivar, presidente do PSL

A história trágico-lasciva, que será lançada na segunda (01/07/2019), se passa em Nova York e conta romance de doente terminal e terapeuta

atualizado

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
Luciano Bivar, União Brasil
1 de 1 Luciano Bivar, União Brasil - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Embora eu não fosse exatamente uma novata na minha vida sexual, com Rick descobria carícias raras e atingia volúpias impossíveis, de tão excitantes. Na noite de sábado, procurei expressar minha felicidade carnal chupando-o.”

A frase acima é criação do deputado federal Luciano Bivar, presidente do PSL — partido do ocupante do Palácio do Planalto, Jair Bolsonaro. A fantasia sexual é descrita no livro 50 Formas de Amar – Uma é Matar…, que será lançado na segunda-feira (01/07/2019), na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo. O Metrópoles teve acesso à obra antes do lançamento. Quem não gosta de spoilers, pare por aqui.

A história trágico-lasciva se passa em Nova York, onde um agente do mercado financeiro de 60 anos descobre um aneurisma e, após o diagnóstico, se envolve sexualmente com a terapeuta — uma ex-colega de classe da filha, de 35 anos. O título será lançado no Brasil e nos Estados Unidos, custa R$ 49,90 e também estará disponível em plataformas digitais. É o quinto livro de Bivar, que iniciou a carreira de escritor na década de 1980.

Sexo com troca de casais, estupro, aborto e morte costuram a trama. Bivar, em uma clara tentativa de fugir da vulgarização da história, cita artistas, fala de arquitetura e vale-se de seu bom conhecimento da cidade norte-americana para “aliviar” o tom sexual. O autor estudou em Nova York, onde ocorre a narrativa, que descreve com familiaridade as ruas e avenidas do local.

Rick e Suzie travam lutas sexuais, comportamentais, emocionais e profissionais ao longo do livro de 200 páginas. O casal, capítulo sim e outro também, aparece transando. Chama atenção por banheiros de hotéis com banheiras e vistas “deslumbrantes”. De um doente desacreditado e uma terapeuta recatada, eles terminam a obra como “tarados” sexuais.

Arriscando-se na aventura, a terapeuta e o operador do mercado financeiro vivem “volúpias” sexuais em Nova York, Veneza e Paris — que ilustra a capa do título, mas que pouco se justifica ao longo da história. As transas ocorrem em grupo, com desconhecidos e em festas com troca de casais.

Líder de um dos partidos que puxou a arrancada conservadora no país, Bivar despe-se dos pudores e, logo na página 56, aparece o primeiro orgasmo. Eles se multiplicam e se juntam a masturbações, sexo oral e fantasias. Longe do discurso que levou Bolsonaro à Presidência.

“Sorrateiramente, entre os lençóis, toquei suavemente seu abdômen. Ela suspirou, num consentimento murmurativo, o que me estimulou a descer lentamente com os dedos até o púbis. Percebi que ela estava molhada de tesão”, descreve Rick, personagem central da trama.

Suruba em Veneza
A transa ocorre em Veneza, onde o casal passeia. Os dois irão a uma festa com troca de casais, onde um sheik oferece joias a mulheres, e casais (héteros e gays) se relacionam em gazebos de um palácio.

Suzie seduz — mesmo que sem intenção — o sheik Rafás. Eles transam. “Seu pau entrou tão deslizante dentro de mim. Não me lembro de outro momento em que tive tamanha excitação. Morri de amor”, conta a protagonista. Após a relação, ela ganha uma gargantilha de rubis e brilhantes.

Entre gozos, surubas e fetiches, a doença de Rick fica adormecida. Inicialmente, ele teria apenas cinco anos de vida. A corrida contra o tempo o faz investir em uma nova rotina. Ele tem dois filhos, Alice e Michael – ela é jornalista; ele, médico –, além de uma ex-mulher, Sharon, artista plástica.

A intimidade entre Rick e Suzie cresce no mesmo compasso em que a interação sexual fica cada vez mais sem amarras. “Amassei seu bumbum com certa firmeza e ela contorceu-se com o corpo mais ereto quando voltei a mão entre as suas pernas até sentir sua virilha, pousando suavemente meu dedo mindinho em seus lábios vaginais”, conta o adoentado e despudorado Rick. A relação esquenta. “Cravei o meu caralho duro de tesão.”

A relação enfrenta dilemas como ciúmes e distanciamentos, e é movimentada por dramas familiares. A filha de Rick é estuprada em uma festa, engravida e, com o apoio do pai, aborta. Ele ainda doa dinheiro para o trabalho humanitário do filho e compra anonimamente os quadros de sua ex-mulher.

Gravidez
Suzie abandona as dúvidas do relacionamento improvável e, muito apaixonada, quer engravidar de Rick. A idade e o efeito dos medicamentos para controlar o aneurisma o deixa estéril. Desejando “eternizar” a relação, eles traçam um plano: Suzie transaria com um desconhecido.

Com Suzie já grávida, a doença de Rick volta a centralizar a história. Ele sente-se mal e é internado. A evolução da doença é rápida. Não existe a possibilidade de cirurgia. Os tratamentos são paliativos.

O livro caminha para o fim. Rick não deseja mais viver. Suzie pensa no pedido do amado. Com uma seringa com barbitúrico e cloreto de potássio, ela vai ao hospital.

Bivar põe mistério no desfecho. Algo que lembra uma livre inspiração em Dom Casmurro, de Machado de Assis. No lugar da dúvida sobre a conduta de Capitu, resta o enigma sobre a morte de Rick e o papel de Suzie.

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