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Suposto espião russo e diplomata são indiciados por crimes no Brasil

Suposto espião russo e funcionário da Embaixada da Rússia devem responder por lavagem de dinheiro no Brasil

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Sergey Cherkasov
1 de 1 Sergey Cherkasov - Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) indiciou o suposto espião russo, preso no Brasil, Sergey Vladimirovich Cherkasov e o funcionário da diplomacia russa Ivan Chetverikov por lavagem de dinheiro e associação criminosa. As informações são do jornal O Globo.

Segundo as investigações, Cherkasov recebeu depósitos mensais feitos em uma agência bancária do Rio de Janeiro pelo funcionário da Embaixada da Rússia. O russo atualmente cumpre pena na Penitenciária Federal de Brasília por uso de documentação falsa.

A PF identificou Ivan Chetverikov a partir das imagens de câmeras de segurança de um banco. Cherkasov, aos investigadores, negou conhecer o diplomata em uma primeira versão, mas depois admitiu ter tido contato com ele no presídio, após receber “assistência consular”.

O suposto espião também não soube informar a origem dos 62 depósitos bancários recebidos entre 2021 e 2022, no mesmo depoimento prestado no fim do ano passado. A defesa do russo afirma estar “totalmente empenhada em comprovar a inocência de Sergey ao longo da instrução processual”.

“O único crime admitido por Sergey foi o uso de documentos falsos, um delito que já foi confessado. É crucial ressaltar que, até o momento, não existem provas concretas que sustentem as acusações de lavagem de dinheiro, associação criminosa e espionagem. A defesa está confiante de que, ao analisar de maneira minuciosa os fatos apresentados, será evidente a ausência de fundamentos sólidos para tais imputações”, alega a defesa de Sergey.

O diplomata Ivan Chetverikov não pode ser ouvido pela polícia, pois deixou o Brasil no segundo semestre de 2023.

O espião russo

Há mais de 10 anos, Sergey Cherkasov criou uma identidade brasileira falsa, com o nome de Victor Müller Ferreira. Em posse deste documento, o russo tentou entrar na Holanda a fim de trabalhar no Tribunal Penal Internacional, em Haia, que julga crimes de guerra. O objetivo dele, segundo investigações da PF, era obter informações sensíveis para a Rússia, que está em guerra com a Ucrânia.

Em abril de 2022, o russo acabou descoberto na tentativa de entrar na Holanda, sendo enviado de volta ao Brasil. Ele acabou preso e condenado por uso de documento falso pela Justiça Federal em São Paulo.

Ficha de contato de Victor Müller, identidade usada por Sergey Cherkasov
Identidade falsa usada por Sergey Cherkasov

Em junho de 2022, a Rússia pediu a extradição de Cherkasov, após a condenação em primeira instância. As autoridades russas argumentaram que ele não era um espião, mas um traficante associado a um grupo criminoso liderado por um cidadão do Tadjiquistão. O grupo supostamente fornecia heroína da região de Moscou para Lipetsk, também na Rússia.

O ministro Edson Fachin, relator do processo de extradição no Supremo Tribunal Federal (STF), concordou com o pedido, mas sob a condição do término das investigações, ainda em curso, no Brasil.

Procurada pelo Metrópoles, a Embaixada da Rússia não quis comentar sobre o caso.

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