Suplentes de ministros de Lula são bolsonaristas assumidos nas redes
Os suplentes são Ossesio Silva (Republicanos-PE), bispo da Igreja Universal, e Allan Garcês (PP-MA), médico bolsonarista
atualizado
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A mais recente mudança ministerial feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acomodou dois representantes do chamado Centrão no governo: Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) no Ministério de Portos e Aeroportos e André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte.
Com a posse dos deputados nos ministérios, também foram empossados os suplentes nas vagas da Câmara dos Deputados nessa quarta-feira (13/9). Ossesio Silva (Republicanos-PE) assume a cadeira de Silvio Filho e Allan Garcês (PP-MA) a de Fufuca.
Ossesio é bispo da Igreja Universal e foi deputado até o ano passado. O líder religioso teve 72.164 votos e não conseguiu se reeleger em 2022, embora a sua campanha tenha contado com apoios de figuras renomadas no Republicanos, como os antipetistas Celso Russomanno e Marcelo Crivella.
Ele apoiou a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas não se manifesta nas redes sociais desde então sobre pautas da agenda conservadora. Como revelou a coluna Guilherme Amado, ele apoiou um pedido de abertura de CPI para investigar os institutos de pesquisas eleitorais, sob a alegação de que as projeções eram manipuladas em desfavor de Bolsonaro.
Allan Garcês, por sua vez, fez parte do Ministério da Saúde do governo anterior no Departamento de Gestão Interfederativa e Participativa (DEGIP) da Secretaria Executiva. Ortopedista e professor de medicina na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), não poupa críticas ao governo Lula nas redes sociais.
Em vídeo publicado na última semana, Garcês afirma que continuará “conservador, direitista e bolsonarista”. “Jamais corromperei os ideias conservadores que por anos defendo, os valores e princípios da moral cristã”, escreveu.
Partidos com opositores de Lula
Indicados pelo grupo político ligado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os novos ministros são uma tentativa do governo de melhorar sua relação sobretudo com a Câmara, onde tem custado a aprovar seus projetos prioritários.
Assim como a posse, que foi fechada, a adesão dos partidos do Centrão ao governo é um tanto envergonhada. As bancadas não estão totalmente fechadas com o governo e há nas siglas opositores abertos de Lula, como os senadores Damares Alves (DF) e Hamilton Mourão (RS), ambos do Republicanos.
O objetivo da articulação de Lula, porém, é angariar parte dos votos dos partidos do Centrão com mais facilidade. Ainda assim, a tendência é que o governo continue precisando negociar pauta a pauta, liberando emendas e cargos, para garantir a passagem de sua agenda no Congresso.