Sucessão de Gleisi: ala do PT quer compromisso com renovação da sigla
Mandato da presidente nacional do partido, Gleisi Hoffmann, encerra em dezembro e novo líder deve ser eleito nos primeiros meses de 2025
atualizado
Compartilhar notícia
O mandato da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), à frente da sigla encerra em dezembro, e a discussão sobre sua sucessão ganha força à medida que o fim do seu período no cargo se aproxima. Uma ala do partido quer que, independente de que região do país seja o novo presidente, haja o compromisso com a renovação do partido. A eleição para a sucessão de Gleisi deve ocorrer nos primeiros meses do ano que vem.
A preocupação com a renovação dos quadros da sigla se intensificaram depois do resultado eleitoral do PT nas Eleições Municipais de 2024, que foram aquém do que a legenda esperava. Apesar de crescer, o partido repetiu 2020 e não elegeu nenhum prefeito de capital no primeiro turno. No segundo turno, disputa a prefeitura de Porto Alegre, Natal, Cuiabá e Fortaleza.
A necessidade de renovação dos nomes do partido vem sendo verbalizada publicamente nos últimos dias por nomes do partido. No sábado (12/10), o vice-líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, Reginaldo Lopes (PT-MG), ressaltou que o PT precisa se “reinventar”. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também demonstrou seu desapontamento com o resultado do PT nas eleições na semana passada.
“Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje, 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste. Tivemos boa participação no Rio Grande do Sul, e em Minas Gerais ganhamos as que já governamos, mas não fomos bem em São Paulo. Perdemos São Bernardo do Campo, Santo André, perdemos inclusive Araraquara, onde tínhamos certeza que íamos ganhar. Estamos no segundo turno em Mauá e Diadema”, afirmou Lula na sexta-feira (11/10).
Fundo eleitoral
Outra reinvindicação feita por uma ala do PT é sobre a distribuição do fundo eleitoral. Integrantes do partido na Câmara defendem que o próximo presidente garanta o direito da bancada também ter decisão sobre como serão os repasses. Atualmente, essa atribuição fica só com a executiva nacional da legenda.
Como mostrou em setembro a coluna do Igor Gadelha no Metrópoles, o PT turbinou as doações para a campanha do candidato do PSol à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, mas deixou os próprios candidatos petistas a prefeito em segundo plano.
Enquanto contribuiu com quase metade do que Boulos pode gastar no primeiro turno, o partido de Lula doou bem menos, proporcionalmente, a candidatos do PT à prefeitura de outras capitais.
Levantamento feito pela coluna mostra que nove dos 13 candidatos petistas a prefeitos de capitais receberam, proporcionalmente, bem menos da metade do teto de gastos de suas campanhas – e menos que Boulos.
Compromisso com a renovação
Para essa ala do PT, mais importante sobre de onde vai ser o presidente, se do Nordeste ou do Sudeste, é o compromisso com a renovação e a participação da bancada nos fundos partidários.
Atualmente, a sigla discute internamente entre nomes como Edinho Silva e José Guimarães, por exemplo. Edinho não conseguiu fazer a sucessora em Araraquara (SP), o que fez petistas repensarem o apoio a ele para o comando da legenda.