Sucessão da Câmara: candidatos intensificam articulação após 2º turno
Antonio Brito (PSD-BA), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Hugo Motta (Republicanos-PB) são os candidatos para suceder Arthur Lira
atualizado
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A eleição para presidência da Câmara dos Deputados acontece apenas em fevereiro, mas a campanha está cada vez mais intensa. Os candidatos para suceder Arthur Lira (PP-AL) pretendem aproveitar o fim da disputa municipal para dar corpo às articulações políticas. Durante o período eleitoral, a Casa Legislativa ficou mais esvaziada, com os deputados focados nas campanhas nos próprios redutos.
A corrida pela cadeira de Lira tem como candidatos os líderes do PSD, Antonio Brito (BA), do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), e do Republicanos, Hugo Motta (PB). Todos tentam construir uma base sólida para disputar a presidência da Casa em 2025.
Com o fim das eleições municipais, os deputados federais devem retornar para Brasília (DF). Além disso, o presidente Lira marcou para esta terça-feira (29/10) uma sessão deliberativa presencial. A expectativa é de que o Congresso Nacional vote ainda nesta semana o projeto de lei complementar (PLP) que regulamenta as emendas parlamentares, por isso, os congressistas devem ficar pela capital federal.
A campanha de Antonio Brito deve focar, nos próximos dias, em buscar apoio de bancadas temáticas, como a da saúde, para construção da base. O líder do PSD também espera realizar um “corpo a corpo” com os deputados.
O desejo da campanha de Brito é angariar votos com uma campanha diferenciada dos demais candidatos, sem focar em viagens aos estados, e ganhar espaço no diálogo dentro da Câmara dos Deputados.
Elmar Nascimento ainda não tem estratégia definida para os dias que sucedem o segundo turno das municipais. O líder do União Brasil tinha no radar um jantar com deputados da base do PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas nenhuma data foi marcada.
No final de semana, Hugo Motta esteve em Belém, no Pará, com o presidente da Câmara para participar das comemorações do aniversário do senador Jader Barbalho (MDB-PA). Também estiveram presentes o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB), o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), importante articulador político da campanha do líder do Republicanos. Como o Metrópoles adiantou, o líder do Republicanos deve se reunir com bancadas de partidos para negociar apoios.
A estimativa é de que o Republicanos oficialize a candidatura de Hugo Motta na terça-feira, mesmo dia em que o PP, de Arthur Lira, deve anunciar o apoio a candidatura do líder paraibano.
Busca pelo PT
O PT, segunda maior bancada da Câmara, está no centro da articulação dos candidatos à presidência da Casa. O anseio é de que o partido de Lula realize ao menos três reuniões no começo da próxima semana para deliberar a respeito da eleição para o substituto de Arthur Lira.
O líder do partido na Câmara, Odair Cunha (MG), chegou a anunciar que tinha sido debatido um nome de consenso para presidência da Câmara, e de que Hugo Motta está colocado como favorito. Apesar disso, ainda há deputados relutantes em apoiar o líder do Republicanos.
“O PT está discutindo qual é a tese que nós vamos decidir. Se nós vamos decidir pela manutenção e pela permanência no blocão ou se nós vamos produzir um novo bloco aqui na Casa. Essa é a discussão central. E nessa tese de permanência nós temos uma candidatura que significa a convergência dessas forças políticas. Que é o Hugo Mota”, indicou o deputado por Minas Gerais.
Odair Cunha, inclusive, chegou a se encontrar com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para discutir a sucessão da Câmara dos Deputados. Juntos, os dois partidos possuem ao menos 160 parlamentares e buscam lugares na mesa da presidência e o comando de comissões importantes.
A bancada do PT na Câmara dos Deputados irá se reunir na quarta-feira (30/10) para discutir a eleição da Casa Legislativa. A expectativa é de que os parlamentares consigam chegar a um consenso para sucessão de Arthur Lira.
O presidente Lira também tem trabalhado para garantir um consenso ao redor de Hugo Motta. O líder alagoano ainda não formalizou oficialmente o apoio a candidatura do líder do Republicanos, mas tem se empenhado nos bastidores.
