STJ nega prisão domiciliar a traficante que alega razões humanitárias
Traficante foi preso em julho do ano passado no âmbito da Operação Terra Fértil e é suspeito de abastecer cartéis mexicanos
atualizado
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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, nesta terça-feira (7/1), um pedido de prisão domiciliar a um homem preso por suspeita de abastecer cartéis mexicanos. Ronald Roland foi preso em julho de 2024 no âmbito da Operação Terra Fértil, deflagrada pela Polícia Federal (PF).
Ronald Roland é suspeito de abastecer os cartéis mexicanos de Sinaloa e Los Zetas. A organização criminosa liderada pelo criminoso teria movimentado mais de R$ 5 bilhões, segundo as investigações. O grupo de Roland teria ligações com assaltantes de banco e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).
A decisão do STJ foi tomada monocraticamente pelo presidente da Corte, ministro Herman Benjamin. A defesa de Roland alegou questões humanitárias para o pedido de prisão domiciliar. O preso disse, por meio dos advogados, ser o responsável pelos cuidados médicos, afetivos e financeiros da mãe, de 75 anos, que estaria com depressão profunda.
Além disso, o pedido de habeas corpus para a prisão preventiva argumentou que o preso cumpriria a função de pai afetivo da filha da esposa dele, uma adolescente de 12 anos. Os defensores ainda acrescentaram que o cliente sofre com um “quadro de hérnia discal”.
O presídio onde Roland está preso, no entanto, divulgou que o investigado recebe acompanhamento médico regular para a condição de saúde que apresenta.
Benjamin argumentou que o STJ não poderia acatar o habeas corpus para prisão domiciliar porque há um pedido com o mesmo teor no Tribunal Regional Federal da 6ª Região (TRF-6) que ainda não teve o mérito julgado. A primeira decisão no TRF-6 para a demanda, em caráter liminar, foi negativa.
A operação
A Operação Terra Fértil foi deflagrada em sete estados do país pela Polícia Federal (PF). Foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 80 de busca e apreensão, além de sequestro de bens e bloqueio de contas.
Ronald está preso por suspeita de ocultação de patrimônio e participação em organização criminosa. Ele também foi alvo da operação Dona Bárbara, em 2015, que desmantelou atividades de narcotraficantes brasileiros vinculados às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).