STJ mantém prisão de suposto espião russo que mudou-se para o Brasil
Além da suspeita de que Sergey Vladimirovich seja um espião, ele responde por uso de documentos falsos, lavagem de dinheiro e corrupção
atualizado
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A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministra Maria Thereza de Assis Moura, negou pedido de liberdade da defesa do russo Sergey Vladimirovich Cherkasov. Ele está preso na Penitenciária Federal de Brasília desde janeiro e é investigado por espionagem.
Sergey também é acusado de uso de documentos falsos, com identidade brasileira, lavagem de dinheiro e corrupção. O russo foi preso na Holanda, em abril de 2022, portando identificação do Brasil sob o nome Viktor Muller Ferreira.
O homem tentava entrar no Tribunal Penal Internacional, em Haia, para obter informações de crimes de guerra cometidos na invasão da Ucrânia. A suspeita é de que ele tenha passado mais de dez anos construindo a identidade falsa no Brasil.
Documentos que integram uma investigação do Federal Bureau of Investigation (FBI) americano revelam que o espião simula ter morado no Distrito Federal e frequentado bares, restaurantes e boates da capital do país. Sergey contou, em carta, ter se mudado para Brasília em 2010, gostar de feijoada e até mesmo frequentar a casa de show Macadâmia.
A defesa do suposto espião argumentou que a prisão cautelar já teria tempo excessivo, de 460 dias, e que o acusado não representa risco à sociedade.
A ministra Maria Thereza, porém, entendeu que “a mera extrapolação dos prazos processuais legalmente previstos não leva automaticamente ao relaxamento da prisão cautelar”.