metropoles.com

STF: Zanin vota pela obrigatoriedade do juiz de garantias; sessão é suspensa

Em seu primeiro voto no plenário do STF, Zanin defendeu a criação do juiz de garantias como instrumento obrigatório para a imparcialidade

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Igo Estrela /Metrópoles
STF Cristiano Zanin durante cerimônia de posse no STF - Metrópoles
1 de 1 STF Cristiano Zanin durante cerimônia de posse no STF - Metrópoles - Foto: Igo Estrela /Metrópoles

Supremo Tribunal Federal (STF) tem dois votos pela obrigatoriedade do juiz de garantias e um pela implementação facultativa. O ministro Dias Toffoli divergiu do relator da ação, Luiz Fux, e votou pela implementação obrigatória do mecanismo em até 1 ano.

Para Toffoli, como a regra é de processo penal, não há violação do poder de auto-organização dos tribunais, pois apenas a União tem competência para propor a instituição desse tipo de alteração. Toffoli ainda considerou que o sistema deve ser obrigatório e de abrangência nacional, mas propôs um prazo de 12 meses para que sejam adotadas medidas legislativas e administrativas que adequem as leis de organização judiciária dos estados, do Distrito Federal e dos Tribunais Regionais Federais.

Em seguida, o ministro Cristiano Zanin proferiu seu primeiro voto em plenário. Ele defendeu a criação do juiz de garantias como instrumento obrigatório para a imparcialidade: “É o princípio supremo do processo penal, imprescindível para a aplicação do garantismo no âmbito do processo penal”.

Zanin ainda defendeu que a implementação do juiz de garantias poderá mudar o rumo da Justiça brasileira. “Um sistema penal potencialmente mais justo, imprescindível para a aplicação do garantismo. Imparcialidade é criação técnica, não faz parte necessariamente da natureza humana”, disse.

O novo integrante do Supremo Tribunal sugeriu o prazo de 12 meses para adequação, mesmo entendimento de Toffoli.

Opcional

Zanin e Toffoli discordaram do ministro Luiz Fux no que diz respeito à obrigatoriedade. Fux votou, em 28 de junho, para tornar opcional a adoção do juiz de garantias. A implementação do modelo ficaria a critério de cada tribunal.

A implementação do juiz de garantias foi sancionada em 2019 por Jair Bolsonaro (PL). O modelo de atuação com juiz de garantias foi instituído no chamado pacote anticrime. A norma diz que toda persecução deve contar com dois magistrados: um dedicado à fase de investigação, e o outro, à fase do processo judicial.

Sendo que o juiz de garantias é a figura que atuaria somente nas diligências da investigação, sem participar do julgamento do réu. Ele ficaria responsável por fiscalizar a legalidade da investigação criminal e garantir os direitos dos investigados. Caberia a ele autorizar medidas como prisões, quebras de sigilo e mandados de busca e apreensão.

No entanto, a lei, logo após a sanção, foi suspensa pelo ministro Luiz Fux, em janeiro de 2020. Desde então, a regra segue sob análise. Nesse tempo, diversas entidades foram ao Supremo para pedir a inconstitucionalidade.

Os ministros do STF analisarão as ADIs 6.298, 6.299, 6.300 e 6.305. Entre os questionamentos está o de que a implementação desse juiz deveria ocorrer por meio de lei de iniciativa dos tribunais, e não do Congresso Nacional.

Voto do relator

Com a retomada do julgamento, em 2023, Fux leu seu voto e afirmou: “A previsão de audiência pública e oral para prorrogação de medidas cautelares e para a produção de provas no inquérito simplesmente inviabiliza por completo a efetividade da investigação. Se levarmos em consideração o número de inquéritos e todas as medidas, vamos chegar à conclusão que os processos penais não chegarão a tempo de evitar a impunidade e a prescrição”, disse o ministro.

Fux ainda afirmou que é uma “falácia” afirmar que a implementação de um juiz de garantias não traria um aumento de gastos.

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?