STF: Marco Aurélio diz que magistratura é quase um “voto pela pobreza”
Prestes a se aposentar, ministro fala que não fez fortuna: “Enriquecer nunca foi meu objetivo. Se fosse, não teria abraçado a magistratura”
atualizado
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Depois de antecipar a aposentadoria em setes dias, para “evitar o risco de perder reajustes”, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello disse, nesta segunda-feira (12/4), que não fez fortuna como juiz porque leva uma “vida econômica” e ressaltou: “Enriquecer nunca foi o meu objetivo. Se fosse, eu nunca teria abraçado a magistratura, [que] é praticamente um voto pela pobreza”. Detalhe: o salário atual de um membro do Supremo é de R$ 39,2 mil, o teto do serviço público.
As declarações foram dadas ao colunista do UOL Kennedy Alencar. A data escolhida pelo magistrado para “pendurar a toga”, 5 de julho, antecipa a aposentadoria compulsória em 7 dias, uma vez que ele completa 75 anos – idade limite para um integrante do STF – no dia 12 de julho.
Marco Aurélio também afirmou que esse é um momento para ter “uma vida mais tranquila, de menos correria”. O magistrado destacou ainda que gosta muito de ler e da vida acadêmica e entre os planos estão “algumas viagens”.
A cadeira de Marco Aurélio será ocupada por mais um ministro indicado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O chefe do Executivo federal prometeu indicar um magistrado “terrivelmente evangélico” para o STF.