metropoles.com

STF manda corrigir precatório por inflação. Governo teme perder R$ 40,8 bi

Com a conclusão do julgamento, cerca de 140 mil processos sobre o tema serão liberados. Os casos estavam suspensos à espera da decisão

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Vinicius Santa Rosa/Metrópoles
1 de 1 - Foto: Vinicius Santa Rosa/Metrópoles

O Supremo Tribunal Federal decidiu nessa quinta-feira (03/10/2019), que a inflação, e não mais a Taxa Referencial (TR), deve ser usada como índice para a correção monetária das dívidas judiciais da Fazenda Pública, os chamados precatórios, desde junho de 2009.

Por 6 votos a 4, os ministros da Corte rejeitaram os pedidos de modulação feitos por estados e União e firmaram o entendimento de que índice de correção desses débitos, mesmo no período da dívida anterior à expedição do precatório, deve ser o Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial (IPCA-E), e não a TR.

Em uma manifestação enviada ao Supremo em abril, o governo informou que a correção dos valores de precatórios antigos pela inflação pode gerar impacto de R$ 40,8 bilhões aos cofres públicos.

Os ministros do Supremo analisaram quatro embargos de declaração que pediam ao Tribunal para decidir a partir de quando valeria os efeitos da decisão que definiu o IPCA-E como o índice da correção de ações contra a Fazenda Pública. Como o entendimento do STF sobre a TR foi firmado em março de 2015, as partes requeriam que o IPCA-E só fosse aplicado a partir dessa data.

Com a conclusão do julgamento, cerca de 140 mil processos sobre o tema serão liberados. Os casos estavam suspensos à espera da decisão do STF. Os embargos foram apresentados pela Confederação Nacional dos Servidores Públicos, pela Associação Nacional dos Servidores do Poder Judiciário, pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e por 18 estados, além do Distrito Federal.

Distrito Federal

Esta semana, o Metrópoles mostrou que a dívida do Governo do Distrito Federal em precatórios aumentou R$ 1,3 bilhão nos últimos quatro meses. Os títulos vencidos e não pagos alcançaram a marca de R$ 5,7 bilhões, o que corresponde a 55,3% de todo o passivo consolidado da capital da República. De acordo com dados do Relatório de Gestão Fiscal, publicado na segunda-feira (30/09/2019) no Diário Oficial do DF, os débitos chegaram, até agosto de 2019, a R$ 10,3 bilhões.

Na comparação feita no próprio relatório, de dezembro de 2018 até agosto deste ano, o déficit com precatórios ascendeu em alta velocidade: passou de R$ 3,9 bilhões no último mês do ano passado para R$ 4,4 bilhões em abril de 2019. Agora, chegou aos R$ 5,7 bilhões.

Isso significa que o Executivo deve a servidores que ganharam processos na Justiça e têm o direito de receber licenças-prêmio não pagas, dívidas de auxílio-alimentação, quinquênio, erros de reajuste, entre outras despesas. Também são casos de precatórios, empresas que ganharam ações contra o DF e precisam ser ressarcidas ou quaisquer outras pessoas físicas ou jurídicas que tenham como devedor o governo.

Na tentativa de reduzir o passivo, em junho, a Procuradoria-Geral do Distrito Federal (PGDF) lançou, por meio da Câmara de Mediação e Conciliação (Camec), um edital do segundo chamamento de interessados para assinatura de acordo direto de pagamento de precatórios.

A proposta foi pagar aos credores mediante deságio de 40%. A intenção era que o acordo resultasse no pagamento de até R$ 120 milhões, e a meta foi superada: foram negociados R$ 135 milhões para os 3,2 mil titulares de precatórios que manifestaram interesse em aderir à proposição.

Agora, segundo a PGDF, os cálculos estão sendo refeitos e os últimos trâmites, realizados. “A meta é pagar todos os acordos ainda neste ano”, afirmou, por meio de nota.

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) tem um órgão específico para análise da questão, a Coordenadoria de Conciliação de Precatórios (Coorpre). Ela disponibiliza a lista cronológica de pagamentos atualizada e respeita um plano que foi fechado entre GDF e TJDFT no início de 2019.

“Os precatórios estão sendo pagos. Até o final de 2019, o Distrito Federal terá disponibilizado R$ 500 milhões ao TJDFT para o cumprimento do Plano Anual de Pagamentos”, completou a procuradoria.

No início do ano, a Coorpre promoveu um mutirão de pagamento dessas dívidas por meio de acordos diretos. A modalidade foi intermediada pela PGDF e 1.159 pessoas receberam ofertas para negociar seus precatórios com deságio. Ao todo, foram reservados R$ 30,5 milhões para esse fim.

No entanto não foi possível realizar um levantamento, até a última atualização desta reportagem, de quantos precatórios foram emitidos pela Justiça em 2019, a fim de justificar o crescimento de R$ 1,3 bilhão em dívidas. (Com informações da Agência Estado)

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?