SP: Secretaria de Saúde notifica conselhos profissionais sobre Prevent
Gorinchteyn pede que Cremesp, Coren-SP e CRF-SP adotem medidas necessárias para fiscalizar procedimentos adotados pela Prevent Senior
atualizado
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São Paulo – O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, notificou o Conselho Regional de Medicina (Cremesp), o Conselho Regional de Farmácia (CRF-SP) e o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-SP) para adotarem medidas contra a rede Prevent Senior.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, o pedido feito aos conselhos decorre de fatos noticiados na CPI da Covid-19 e relacionados à alteração de diagnósticos nos prontuários de pacientes e omissão do CID da doença nas declarações de óbitos, bem como a prescrição de medicamentos sem eficácia cientificamente comprovada para tratamento da doença.
Gorinchteyn afirma, nos ofícios, que são “graves” os fatos apurados pela CPI da Covid-19 no Senado, que revelou que a Prevent Senior ocultou mortes ocorridas durante estudo que buscava comprovar a eficácia de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina contra o coronavírus.
“Diante da gravidade dos fatos noticiados, vimos a esse egrégio conselho, considerando suas atribuições legais de fiscalização do exercício da profissão, solicitar a adoção das medidas que julgar necessárias”, disse Gorinchteyn nos documentos.
De acordo com a investigação da CPI, médicos da rede eram obrigados a receitar os remédios do “kit Covid” aos pacientes, mesmo sem anuência dos parentes. A Prevent Senior só atende pessoas acima de 50 anos.
Os hospitais Sancta Maggiore na capital foram alvo de vistoria das equipes de Vigilância Sanitária estadual e municipal, em março de 2020, após indícios de subnotificação de casos e óbitos naquela fase da pandemia.
Os medicamentos do “kit Covid”, que foram recomendados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados, são comprovadamente ineficazes contra a doença, segundo mostram diversos estudos publicados no último ano.
A Prevent Senior tem nove hospitais na região da Grande São Paulo, e é alvo de investigações do Ministério Público de São Paulo e do Ministério Público Federal (MPF). Na última segunda-feira (27/9), foi protocolado pedido de abertura de CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para investigar as práticas da rede durante a pandemia.