SP recua e vai exigir “passaporte da vacina” apenas em eventos
Ao Metrópoles, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, confirmou que o protocolo para eventos está em fase de elaboração
atualizado
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São Paulo – Após o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, afirmar que seria exigido um comprovante da vacinação contra a Covid-19 para entrada em bares e restaurantes, o secretário municipal de Saúde, Edson Aparecido, informou que no momento está sendo elaborado um protocolo que valerá apenas para eventos.
Ao Metrópoles, o secretário descartou a exigência do “passaporte de vacina” para shoppings. Há a expectativa de que o comprovante seja opcional para bares e restaurantes. O protocolo, segundo a prefeitura, deverá ser apresentado à população até sexta-feira (27/8).
O anúncio de Nunes foi feito na manhã desta segunda-feira (23/8). De acordo com ele, haverá, a partir da próxima segunda-feira (30/8), uma fiscalização em estabelecimentos que tiveram o funcionamento liberado pela Vigilância Sanitária.
Como vai funcionar
Ainda não há detalhes sobre como o sistema será operado, mas Nunes afirmou que o modelo funcionará com base em QR Codes.
Com isso, os responsáveis poderão identificar se a pessoa tomou ou não a vacina e quantas doses já foram aplicadas. Além disso, o aplicativo, que deve ser baixado no celular das pessoas, terá uma aba informando o calendário de vacinação e quanto tempo falta para a próxima dose do usuário.
Bares e restaurantes
Antes da prefeitura recuar, o diretor da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), de São Paulo, Rodrigo Goulart, disse ao Metrópoles ter recebido a notícia da obrigatoriedade do comprovante de vacinação com surpresa, já que o setor não foi chamado para discussão.
“Essa foi uma das poucas discussões para a qual não fomos chamados. Se a intenção desta medida for incentivar a vacinação, o setor apoia, como sempre apoiou todos os protocolos estabelecidos até então”, disse.
No entanto, há preocupações sobre o funcionamento do sistema e o que uma possível falha causaria no desenvolvimento do estabelecimento.
“A questão de pessoas que não são da cidade quererem frequentar estabelecimentos da capital não ficou clara ainda. Elas teriam que baixar o aplicativo? O sistema aceitaria as informações delas?”, questiona Goulart.
Para ele, a fiscalização é necessária, mas há também uma apreensão no que diz respeito à multa aplicada no caso do não cumprimento do decreto. “O estabelecimento receberia uma multa alta por isso. A gente defende que a punição deveria ser para o cliente e não para o estabelecimento, é muito difícil esse controle da nossa parte”, conclui.