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SP: queimada com ácido na rua, adolescente de 15 anos busca reparação

Lethícia Bezerra, de 15 anos, sofreu queimaduras com ácido sulfúrico que vazou de um ecoponto em Diadema, na Região Metropolitana de SP

atualizado

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A jovem teve queimaduras de terceiro grau no rosto, couro cabeludo, braços, costas e pernas
1 de 1 A jovem teve queimaduras de terceiro grau no rosto, couro cabeludo, braços, costas e pernas - Foto: null

São Paulo – Quase um ano após ter sido queimada com ácido sulfúrico, Lethícia Soares Bezerra, de 15 anos, ainda não conseguiu se recuperar do acidente que aconteceu em 7/4/21, em Diadema, na Região Metropolitana de São Paulo.

A adolescente estava indo para o supermercado quando por volta das 13h20 carros passaram por cima de poças que estavam na rua e um líquido espirrou nela. Ela sentiu que o corpo estava queimando como se estivesse em chamas, e assim começou um pesadelo que ela vive até hoje.

Lethícia foi atingida por ácido sulfúrico que havia sido descartado irregularmente em um ecoponto. No momento em que era jogado fora, o líquido escorreu para a rua Idealópolis, no bairro Piraporinha. O acidente feriu outras pessoas, inclusive uma bebê de 2 anos.

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A menina sofreu queimaduras com ácido sulfúrico que vazou de um ecoponto em Diadema, na Região Metropolitana de SP
O ácido sulfúrico causou queimaduras em todo o corpo da garota, inclusive no couro cabeludo
Ela ficou três meses internada no Hospital Leforte, em São Paulo
Nesse período, ela passou por 30 cirurgias, teve depressão, tentou se matar três vezes e emagreceu 10 quilos
A adolescente ainda precisa fazer 19 cirurgias plásticas para reduzir as sequelas e cicatrizes
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A adolescente sofreu o acidente com ácido em 7/4/21, em Diadema

Arquivo Pessoal
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A menina sofreu queimaduras com ácido sulfúrico que vazou de um ecoponto em Diadema, na Região Metropolitana de SP

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O ácido sulfúrico causou queimaduras em todo o corpo da garota, inclusive no couro cabeludo

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Ela ficou três meses internada no Hospital Leforte, em São Paulo

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Nesse período, ela passou por 30 cirurgias, teve depressão, tentou se matar três vezes e emagreceu 10 quilos

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A adolescente ainda precisa fazer 19 cirurgias plásticas para reduzir as sequelas e cicatrizes

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A jovem teve queimaduras de terceiro grau no rosto, couro cabeludo, braços, costas e pernas

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A jovem teve queimaduras de terceiro grau no rosto, couro cabeludo, braços, costas e pernas. Ficou três meses internada no Hospital Leforte, em São Paulo, onde passou  por 30 cirurgias. Nesse período, ela teve depressão, tentou se matar três vezes e emagreceu 10 quilos.

Agora, Lethícia está em casa, mas continua fazendo tratamentos dermatológico, psicológico, nutricional, além de fisioterapia. A escola na qual a adolescente estuda voltou a ter ensino presencial, mas ela permanece tendo aulas on-line.

Cirurgias plásticas

Para que possa voltar a frequentar o ambiente escolar, a adolescente espera fazer, se não todas, algumas das 19 cirurgias plásticas que foram recomendadas por seus médicos.

“O médico a liberou para ir à escola, mas ela diz que só vai quando tiver feito pelo menos uma cirurgia plástica no rosto. Ela tem muita vergonha, cobre o rosto o tempo todo”, contou Eluana de Freitas, irmã de Lethícia.

No entanto, o convênio médico não cobre as intervenções e a adolescente não tem nenhuma perspectiva de conseguir ser operada na rede pública.

De acordo com laudo médico, mesmo após os procedimentos, Lethícia terá cicatrizes. Ainda assim, as cirurgias plásticas são fundamentais para a reabilitação da adolescente porque reduziriam significantemente as sequelas.

Ajuda financeira

Na rede particular, as 19 cirurgias plásticas custariam R$ 190 mil. Eluana de Freitas, irmã de Lethícia, criou uma campanha virtual para custear esses procedimentos.

A vaquinha arrecadou apenas R$ 59 mil, e a família ainda precisou usar R$ 25 mil desse dinheiro para pagar remédios, transporte e até mesmo aluguel, porque a mãe de Lethícia teve de parar de trabalhar como faxineira para poder acompanhar o tratamento da filha.

Impunidade

Morando na mesma rua em que fica o ecoponto onde ocorreu o acidente, Lethícia assiste à impunidade. Segundo Eluana, a jovem sofre por ver constantemente a pessoa que teria feito o descarte irregular do ácido.

“Ela sabe quem é o responsável, mas no momento do acidente ele fugiu. Ela o vê sempre e fica revoltada”, relatou Eluana. No dia seguinte ao acidente, a família da adolescente registrou um boletim de ocorrência.

Também corre em segredo na Justiça um processo que pede indenização por dano moral. Mas até agora a família não viu esforços para punir os responsáveis pelo que aconteceu ou tentar ressarcir Lethícia. 

Investigação

A prefeitura de Diadema respondeu ao Metrópoles que na época do acidente o ecoponto foi invadido por moradores da comunidade. Mas que o local foi “revitalizado e integrado à rede oficial de ecopontos municipais”.

“A fiscalização ambiental localizou o fabricante, mas não conseguiu identificar o responsável”, disse a prefeitura em nota. O poder municipal comunicou ainda que mais informações sobre as investigações são de competência da Polícia Civil e do Poder Judiciário.

A reportagem questionou a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP) a respeito da investigação do caso de Lethícia, mas até o momento não obteve resposta. O espaço segue aberto.

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