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SP: promotor tem relógio roubado e o encontra à venda em loja de luxo

Ministério Público apura se outros produtos roubados foram comercializados. Órgão quer melhorar combate à lavagem no mercado de luxo

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Divulgação/MPSP
Relógios de luxo apreendidos em operação do Ministério Público de São Paulo
1 de 1 Relógios de luxo apreendidos em operação do Ministério Público de São Paulo - Foto: Divulgação/MPSP

São Paulo – Uma loja especializada na venda de relógios de luxo, localizada no Shopping Cidade Jardim, na capital paulista, é investigada pelo Ministério Público de São Paulo pela suspeita de que tenha comercializado produtos roubados.

A empresa entrou na mira do MP depois que justamente um promotor identificou à venda seu antigo relógio, que havia sido roubado em dezembro. O promotor foi à loja na última sexta-feira (21/1) e acionou uma delegacia de Osasco, cidade da região metropolitana paulista em que o promotor foi assaltado.

O promotor achou seu relógio roubado depois de vê-lo anunciado em redes sociais. Na visita à loja, ele constatou que o número de série era o mesmo do seu produto roubado.

Nessa quarta-feira (26/0), promotores e policiais militares cumpriram 14 mandados de busca, como parte da operação Diamante de Sangue, para apreender documentos e mercadorias na loja Royale Watches e em endereços de Minas Gerais. A promotoria apura a suspeita da prática de receptação, de lavagem de dinheiro e de outros possíveis crimes.

A loja é especializada na revenda de relógios semi-novos e usados, que chegam a custar até mais de R$ 100 mil. A empresa diz que alguns dos produtos são vendidos por consignação, porque pertencem a proprietários que deixam as mercadorias na loja para revenda e em troca pagam uma comissão por isso.

Flagrante

Depois do flagrante, o Ministério Público de São Paulo diz que pretende criar procedimentos para prevenir a receptação e a revenda de produtos roubados no mercado de luxo. O órgão pretende iniciar um diálogo com órgãos de prevenção à lavagem de dinheiro para enfrentar esse problema.

“Há uma preocupação nossa de estabelecer regras, com órgãos incumbidos do combate à lavagem de dinheiro, para melhorar mecanismos de prevenção à lavagem de dinheiro por meio de objetos de luxo. Está falhando o sistema de prevenção e pretendemos cuidar disso para que não se repita esse tipo de preocupação”, afirmou o promotor Arthur Lemos Júnior, coordenador da área criminal do Ministério Público de São Paulo.

Loja nega irregularidade

Em nota, a Royale Watches negou que tenha praticado qualquer crime ou que soubesse que o produto era roubado de outro proprietário. A empresa diz que devolveu o relógio do promotor tão logo foi identificado que era um produto roubado e que possuía contrato de consignação e documentos do vendedor que havia lhe confiado o produto.

“Vale ressaltar que a Royale Watches é uma marca que adota alto nível de exigência e correção, tanto em termos de documentação, como em registros das peças. E que tem amplo interesse na elucidação completa do caso. Dessa forma, continuará à inteira disposição dos órgãos competentes pela investigação para contribuir no que for necessário”, diz a empresa em nota.

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