SP pagará até mil reais ao ano para aluno pobre permanecer na escola
Estudantes do ensino médio e do 9º ano vão receber Bolsa Educação condicionada à presença no colégio; benefício visa diminuir evasão escolar
atualizado
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São Paulo – O governo de São Paulo vai pagar uma Bolsa Educação para estudantes pobres permanecerem na escola. O pagamento será bimestral e poderá chegar a mil reais por ano letivo.
O benefício será concedido a alunos do ensino médio e do 9º ano da rede pública na faixa de pobreza e extrema pobreza, inscritos no CadÚnico. O intuito é combater a evasão escolar, um problema que se agravou em razão da pandemia.
De acordo com dados do IBGE, 1 em cada 4 jovens abandonam a escola e não concluem o ensino médio. Os principais motivos são desinteresse em estudar, trabalho, procura por trabalho ou gravidez.
Deverão ser 300 mil estudantes beneficiados entre 2021 e 2022. O pagamento será condicionado à permanência na escola.
Os alunos beneficiados deverão ter ao menos 80% de presença, entre presença remota e presencial, além de boas notas e duas horas de atividades extras por dia.
Eles vão receber o benefício a partir de setembro, por meio do Cartão Bolsa do Povo, que chegará na casa dos alunos, e será administrado pelos pais ou responsáveis.
O investimento do governo no Bolsa Educação será de R$ 100 milhões em 2021 e R$ 300 milhões em 2022.
O estado de São Paulo tem 1,2 milhões de alunos no ensino médio, e destes, 267 mil estão nas faixas de pobreza ou extrema pobreza. As inscrições serão feitas de 30 de agosto a 10 de setembro,
O anúncio do programa foi feito pelo secretário estadual de Educação, Rossieli Soares, em evento no Palácio dos Bandeirantes, onde estavam presentes professores, diretores de escola e estudantes.
Rossieli disse que, além da Bolsa Educação, a reforma do ensino médio em curso no estado também deve aumentar o interesse dos jovens. “Não adianta a gente achar que o menino do ensino médio vai se interessar pelo mesmo modelo de escola da qual está se afastando. É este modelo que nós precisamos alterar, o estado de São Paulo está com os alunos do primeiro ano do ensino médio já com o novo currículo”, afirmou, citando as aulas eletivas e o Novotec, que permite que estudantes façam cursos técnicos de sua escolha.