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SP: entre profissionais de saúde, enfermagem é categoria mais infectada por Covid

Enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem foram os profissionais da área da saúde atingidos mais duramente pelo vírus no estado de SP

atualizado

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1 de 1 Enfermeira2 - Foto: divulgação

A enfermagem é a categoria mais afetada pela pandemia dentre todos os trabalhadores da saúde do estado de São Paulo. Ao todo, 52% de todos os casos notificados de Covid-19 na área são de profissionais que trabalham como enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem.

Esses profissionais representam 36,6% dos cerca de 1,5 milhão de profissionais de saúde do estado. A predominância de infecções nesses trabalhadores preocupa os conselhos e sindicatos, que apontam medo constante da infecção pela doença. De cada 100 trabalhadores na área, nove, em média, foram contaminados.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde mostram que, entre 102.626 profissionais da área de saúde infectados, 53.828 profissionais são enfermeiros, auxiliares ou técnicos de enfermagem. São 38.357 casos em técnicos e auxiliares, e 15.471, em enfermeiros. A secretaria não divulga dados sobre óbitos. 

Para Mauro Pires, conselheiro do Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), a saúde mental dos profissionais está prejudicada. Ele afirma que a falta de captação de profissionais nas equipes de saúde ocasionou uma carga de trabalho que só aumentou durante a pandemia.

“Eles ficam com medo de pegar, de transmitir e de morrer”, diz.

Com o passar dos meses, muitos profissionais reclamam também da falta de valorização da profissão. Se no começo da pandemia as demonstrações de apoio aos profissionais de saúde pipocaram nas redes, agora a demanda crescente de pacientes e o colapso na saúde do país ocasionam episódios de estresse cada vez mais recorrentes.

Um desses foi vivido por Elaine Zanetti, enfermeira em uma Unidade da Saúde da Família na cidade de Várzea Paulista, a 44 km da capital. Responsável por chefiar uma equipe de três técnicos de enfermagem, Elaine ouviu recentemente, aos gritos, que iria ser denunciada após uma paciente dizer que a unidade estava cheia demais.

“Muita gente que aparece por aqui perdeu o emprego recentemente e não tem mais plano de saúde. Não sabe como funciona e vem até aqui. Nós temos que fazer toda a triagem de pacientes, conversar e entender o que eles têm. São vários os que vêm com sintomas de Covid e só avisam da suspeita depois. A gente fica exposto”, ela conta.

Com férias e folgas canceladas pela prefeitura da cidade, Elaine reclama que, apesar de tentar dar o seu máximo, a situação está difícil: “Está muito estressante, e o sentimento é de frustração”. Enfermeira há mais de 10 anos, a profissional já ficou afastada duas vezes com suspeitas de ter contraído a doença. Entre corredores lotados e convivendo com o aumento do número de pacientes, Elaine lamenta não conseguir fazer mais.

“Estamos tentando fazer muito tendo pouco, mas a enfermagem está adoecendo”, completa.

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