SP e RJ: sem blocos de rua, Carnaval tem aglomeração em festas pagas
Na última quarta-feira (16/2), o governador de São Paulo, João Doria, pediu que a população tenha “responsabilidade e cuidado” no feriado
atualizado
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São Paulo – Com o avanço da variante Ômicron e o aumento de casos, internações e óbitos em decorrência da Covid-19, o Carnaval de rua foi cancelado em diversas cidades do país. Mas, desde o início do ano, especialistas alertavam para o perigo de as comemorações serem transferidas para festas fechadas.
O temor se tornou real: no Rio de Janeiro e em São Paulo, grandes blocos têm se apresentado em espaços privados, mediante cobrança de ingresso. As folias ocorrem desde o início do mês, mas as agendas devem se intensificar no próximo fim de semana e na semana do Carnaval, de 26 de fevereiro a 2 de março.
Na última quarta-feira (16/2), o governador de São Paulo, João Doria, pediu “responsabilidade e cuidado” à população durante o feriado, para evitar aglomerações que podem levar ao aumento do contágio. Ao mesmo tempo, não decretou nenhuma nova medida de restrição a aglomerações.
O médico João Gabbardo, coordenador do Comitê Científico paulista, destacou que, historicamente, os casos e as internações por Covid-19 aumentam após grandes feriados, e também solicitou cautela.
“São nestas ocasiões em que nós temos um aumento do número de casos porque ocorrem as aglomerações, os encontros, as pessoas ficam durante muito tempo muito próximas, falando alto, bebendo, e isso sempre traz como consequência uma piora nos nossos indicadores. Então é fundamental que todos, a população, aqueles que organizam eventos, se segurem um pouco mais”, falou.
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Agendas cheias
Quando cancelaram os blocos de rua, os prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro, Ricardo Nunes (MDB) e Eduardo Paes (PSD), respectivamente, justificaram que esse tipo de celebração não permite nenhum tipo de controle, diferentemente dos desfiles das escolas de samba, por exemplo.
Na capital paulista, apesar de não haver proibição para festas privadas, alguns protocolos precisam ser seguidos: a exigência de comprovante da vacina contra a Covid, limitação de 70% de ocupação de público e obrigatoriedade do uso de máscaras.
Nas duas cidades, as casas pedem o uso de máscaras. Entretanto, os locais concentram milhares de pessoas e geralmente comercializam bebidas, o que torna o controle do uso da proteção facial inviável na prática. Fotos das folias realizadas recentemente mostram a maior parte das pessoas sem máscara.
No último sábado (12/2), por exemplo, a capital paulista foi palco de ao menos duas grandes festas carnavalescas fechadas: o Carnageralda, na Fabriketa, no Brás, e o Ensaios da Anitta, no Memorial da América Latina. Ambos os eventos reuniram milhares de pessoas e contaram com a presença de celebridades.
O bloco da Anitta também se apresentou no Rio no domingo (13/2), no Parque Olímpico, com plateia lotada.
Em São Paulo, estão previstas para as próximas duas semanas comemorações com o Bloco Leva meu Coração, com o cantor Dilsinho e o grupo Menos é Mais em 19/2, no Memorial da América Latina, e os blocos da Pocah e da Lexa em 25 e 26/2, na Audio Club, ambos na zona oeste.
Em 25/2, o Centro de Tradições Nordestinas, na zona norte, vai receber o evento Piseiro e Folia, com Zé Vaqueiro, Mari Fernandes e Natanzinho. Já em 28/2, o Villa Country, na zona oeste, fará o Carna Villa com Os Barões da Pisadinha.
No Rio, a agenda é igualmente extensa: em 19/2, o Carnageralda tomará a Quadra da Unidos da Tijuca, e entre 25 e 28/2 acontece o Festival de Carnaval Auê, no Armazém da Utopia (centro), com diversos blocos e shows de Duda Beat, Marina Sena, Gilsons, Johnny Hooker, Silva e Alceu Valença.
Em 28/2, a Fundição Progresso receberá o Chá da Pabllo Vittar, e no dia 1º/3 o Bloco Tropkillaz se apresenta no Armazém da Utopia.