SP: dona de escola investigada por tortura e maus-tratos está foragida
Prisão preventiva de Roberta Serme foi decretada na segunda-feira (21/3). Polícia Civil procurou diretora, que está em “local não divulgado”
atualizado
Compartilhar notícia
São Paulo – Roberta Regina Rossi Serme, diretora e proprietária da Escola de Educação Infantil Colmeia Mágica, está foragida. A prisão preventiva dela foi decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo nessa segunda-feira (21/3)
A Polícia Civil seguiu nessa terça-feira (22/3) a dois endereços de Roberta na Vila Formosa, na zona leste da capital, para cumprir o mandado de prisão, no entanto ela ainda não foi encontrada.
A reportagem do Metrópoles procurou o advogado da empresária, André Dias, para comentar o pedido de prisão preventiva, mas até o momento não recebeu resposta.
Habeas corpus
No mesmo dia, terça-feira (22/3), em que a Polícia tentou cumprir o mandado, a defesa da diretora protocolou um habeas corpus com pedido de liminar contra a prisão preventiva.
O advogado afirmou no documento que a proprietária da escola está à disposição da Justiça, mas não pretende se entregar.
“Se encontra em local não divulgado, o que difere de incerto e não sabido, pois está ameaçada de morte. E nem se cogite a hipótese de declinar o endereço onde se encontra, pois isto seria facilmente divulgado”, argumentou a defesa.
Advogados ouvidos pelo Metrópoles afirmaram que juridicamente “local não divulgado” e “local não sabido” têm o mesmo significado e indicam que Roberta está foragida.
Investigação
No pedido de prisão preventiva, o promotor de Justiça Filipe de Melo Euzébio afirmou que o relatório de investigação já indicava que Roberta poderia fugir. Ele ressaltou que a proprietária do berçário tem forte influência sobre os funcionários e retirou bens da escola.
“Também resta evidente, pelos relatos das professoras e funcionárias da escola, que Roberta possui posição de ascendência sobre todos os funcionários da escola, valendo-se dessa prerrogativa para determinar o cometimento de crimes por alguns deles”, escreveu Euzébio.
O promotor disse ainda que diretora usou sua influência sobre as empregadas “para impor a outras o silêncio e a omissão com que se possibilitou o cometimento destes crimes por um razoável período de tempo”.
Confira um dos vídeos feitos na escola:
Denúncias
A escola Colmeia Mágica é investigada desde 10/3 pelos crimes de tortura, maus-tratos, periclitação de vida, que é colocar a saúde das crianças em risco, e submissão delas a vexame ou constrangimento.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram crianças chorando e com os braços amarrados por panos. Os alunos também aparecem recebendo alimentação em um banheiro.