SP: após 48h, bombeiros usam máquinas pesadas na retirada de escombros
Até o momento, só usavam cães farejadores, mas devido ao tempo transcorrido já podem usar retroescavadeiras
atualizado
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Até agora, essas máquinas faziam a limpeza do entorno da área, enquanto buscas manuais e com cães farejadores eram realizadas.
A decisão de mudança de estratégia foi tomada por um colegiado de especialistas da corporação e segue, segundo eles, protocolos internacionais de buscas em estruturas colapsadas. Às 3h30 desta quinta (3), a retroescavadeira, que até então havia passado a noite alimentando caçambas, foi reposicionada e começou a puxar para a rua pedaços grandes do amontoado de entulho formado pela queda dos 26 pavimentos.Outra máquina pesada agia próximo a um templo da igreja Luterana, que também teve a estrutura afetada pelo desabamento.
“Não quer dizer que não vamos ter cuidado com as vítimas. As equipes estão dispostas no terreno, acompanhando o trabalho e, ao sinal de qualquer vítima, as máquinas serão desligadas para que o resgate possa atuar”, acrescentou.
Os bombeiros consideram a possibilidade de quatro pessoas estarem sob os escombros. Além de um homem identificado como Ricardo, que caiu durante a tentativa de resgate na madrugada da terça-feira (1º), parentes relataram que uma mulher e os dois filhos também estariam no local no momento do desabamento.
Outros 40 moradores ainda têm paradeiro desconhecido, mas não havia confirmação de que estavam no local na hora do acidente. Ainda assim, os bombeiros consideram baixas as chances de encontrar algum morador com vida. “É muito improvável isso ocorrer. Vamos manter as esperanças, mas são condições incompatíveis com a vida”, disse o capitão.
Novos focos de incêndio
Na madrugada desta quinta (3), pequenos focos de incêndio voltaram a aparecer, mas o capitão Mitsuo disse ser uma característica normal desse tipo de incêndio. “O material inflamável permanece entre as camadas de laje e isso só vai cessar no final da operação.”
Ao menos uma dezena de caminhões com caçamba da prefeitura e de empresas contratadas foram carregadas com entulho durante a atividade de limpeza do entorno na noite desta quarta (2). Com os braços sobre a grade que serve de divisória para a área de segurança, Ana Paula Aparecida, de 30 anos, assistia a tudo de perto. Estava no prédio quando o incêndio começou, um andar acima da suposta briga, no 5º andar, que levou ao início das chamas.
“Ouvi o povo gritando e alertando sobre o incêndio”, contou. Deu tempo de pegar a filha, de 1 ano, e descer com o marido pelas escadas. De baixo, na praça, se impressionou com a imagem do desmoronamento. “Agora vou ficar aqui até ver os bombeiros resgatarem o último. Eram amigos nossos e a gente merece essa satisfação de saber quem estava lá”, disse Ana.